Todos os dias morrem pessoas, é a lei natural. Mas quando morrem muitas de uma vez, e em condições tão aparatosas e assustadoras, a Razão humana é fortemente questionada. Foi assim aquando to Terramoto de Lisboa, em 1755. os filósofos da época discorreram longamente sobre o sucedido, e ainda hoje se sentem os ecos desse acontecimento brutal. Nos motores de busca da Internet, por exemplo, basta começar a digitar "ter" e aparecem imediatamente algumas dezenas de milhar de resultados para "Terramoto de 1755".
Para quem crê em Deus e imortalidade da alma, apesar de ser doloroso assistir a tanto sofrimento, existe o consolo da crença de que todos, mais tarde ou mais cedo, continuaremos a nossa vida no mundo espiritual, e, segundo a nossa conduta na Terra, em condições de menor ou maior felicidade.
Ainda assim é natural que surjam perguntas:
Porque é que morreu gente tão jovem? Porque é que há quem viva uma vida longa e sem sobressaltos e a outros acontecem estas e outras graves dificuldades? O que sucede, no Além, aos que morreram demasiado novos para colherem recompensas ou castigos?
Sem a reencarnação torna-se difícil, ou mesmo impossível, responder a tais questões. A filosofia espírita crê na reencarnação porque faz sentido do ponto de vista filosófico, moral e científico. A reencarnação fazia parte dos dogmas dos Primeiros Cristãos e é crença da maior parte da Humanidade terrena.
Para a filosofia espírita, as desencarnações (mortes) em massa, permitem acelerar o progresso moral do planeta, permitindo a umas pessoas o regresso à Pátria Espiritual, e a outras uma nova experiência de aprendizagem na Terra. Como a morte não existe, o que se passa em casos como os do terramoto do Haiti ou o de Lisboa, é que temos em poucos minutos o que é habitual acontecer no espaço de anos.
Os seres cujo corpo morreu são acolhidos no mundo espiritual e prontamente confortados e integrados. O modo como os que partiram e os que ficaram aceitam a ocorrência reverte a favor da sua evolução espiritual. A resignação às Leis de Deus é fruto de provas como esta. A dada altura das nossas vidas sucessivas todos experimentamos diferentes acontecimentos, estilos de vida, condição económica, etc.. O planeta Terra é uma escola gigantesca em que aprendemos a substituir o egoísmo primário pela partilha, o ódio pelo amor ao próximo, a inércia pela acção solidária.
Justiça não é sinónimo de castigo. A Justiça Divina expressa-se pela equidade das leis que nos governam a todos. No longo ciclo da nossa evolução, experiências que na altura se nos afiguram terríveis, redundam em nosso proveito pelas lições que colhemos delas.
Que os que partiram possam ter um regresso feliz ao mundo espiritual. Que os que ficaram saibam aceitar com esperança a ausência física dos entes queridos. Que o exemplo dos que ajudam os sobreviventes possa tocar corações e despertar-nos para o que verdadeiramente interessa nesta vida: sermos felizes e fazermos os outros felizes.
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