terça-feira, novembro 23, 2010

No reino de Tamerlão




DIGNIFIQUEMOS E SUBLIMEMOS O SANTUÁRIO GENÉSICO E A NOSSA CONDUTA SEXUAL.

R. A. RANIERI

O SEXO ALÉM DA MORTE

(Obra Mediúnica - Orientada pelo Espírito André Luiz)

"A mais poderosa força que existe no organismo espiritual depois da força da mente é o sexo. Nele, Deus concentrou montanhas de energias. Liberadas indiscriminadamente, conduzem o ser à desilusão, ao desgaste e até à morte espiritual. É certo que toda a energia da natureza pode ser recomposta com facilidade. Na crosta terrestre, o homem ainda não tem idéia exata do que representa a sexualidade. Nem se deve condenar a sexualidade nem se deve exaltar demasiado as suas alegrias. Sexo como tudo que Deus fez deve se enquadrar na Lei do Equilíbrio. Não há crime algum em coisa alguma que Deus fez."


No reino de Tamerlão

Penetramos na caverna, imensa, espaçosa, cheia de Espíritos escuros e cruéis. Milhares talvez. O silêncio era geral. Aguardavam a chegada de Tamerlão. Ele jamais se atrasava. Lutava e trabalhava como relógio perfeito. Agora iria assumir suas novas funções de chefe dos legionários da sombra.

Gregório havia sido capturado pelos inimigos e a legião estava sem chefe.
No horário marcado, um sussurro percorreu a multidão. Nós havíamos entrado ali vibrando em altíssima vibração de modo que ninguém poderia nos ver ou perceber. Uma mesa de pedra rústica servia de tribuna para o General, pois Tamerlão significava um general para a sua Legião.
Eleutério dissera-me em voz baixa:
- Guarde o maior silêncio porque estamos no Reino de Tamerlão e aqui manda ele.
Um grande acontecimento estava para se realizar.
Pela primeira vez notei preocupação no olhar de Eleutério.
- Meu filho, esse Tamerlão, Gênio do Mal, deverá traçar diretrizes perigosas de combate às forças do Bem. Precisamos de estar vigilantes.

Gregório já buscava a Espiritualidade, mesmo inconscientemente.

Este não, este ainda vibra nas faixas mais inferiores, embora seja potentíssima inteligência. Cérebro dinâmico voltado para a destruição de tudo o que é bom e divino. Quer solapar-nos o movimento de libertação.

Eleutério silenciou e eu vi em seus olhos uma certa tristeza.

Tamerlão entrou. Grande estatura, forte, musculoso, passo firme e decisivo, figura extraordinária de mongol. Cabelos pretos, bigodes enormes caídos à margem da boca, à feição chinesa. Olhar que desprendia chama. Entrou e mal cumprimentou a multidão, como se fosse um novo Napoleão. A frente da mesa parou e dirigiu-se aos seus camaradas:
- Senhores, espíritas do submundo, assumo agora as legiões e o poder das trevas!

Ninguém disse nada. Reinou o silêncio mais profundo.

Percorreu com os olhos toda a multidão e falou:
- Ninguém tente me desrespeitar porque será punido! A vingança de Tamerlão é cruel e sem fim. Quem não quiser me seguir que diga agora e se manifeste. Terá liberdade para se retirar! Fora disso será punido se vier a cometer falta no futuro. Nós não perdoaremos ninguém!
Com essa afirmativa retirou do bolso da túnica um mapa, colocou sobre a mesa e com uma espécie de lápis vermelho na mão, declarou:
- Não seguiremos o caminho de Gregório que fracassou. Seguiremos nova rota.
Afirmando isso, riscou o estranho mapa de alto a baixo e gritou:
- Iremos combater os Espíritos e os espíritas aqui:
E com traço rápido escreveu SEXO.

O silêncio tornou a envolver a todos.

- Companheiros, falou de novo, só há um caminho para destruir os fanáticos da Espiritualidade Superior:
atacá-los sem tréguas no Castelo do Sexo. Poucos são os que resistem à fúria sexual! Nem os heróis e nem os santos! Atacaremos primeiro os líderes do Espiritismo e aqueles que se tornaram paladinos da Espiritualidade no mundo. Nosso campo de batalha será o campo sexual onde o homem é mais fraco! Tenho certeza que poucos restarão de pé! Destruídos os ignóbeis Filhos do Cordeiro será fácil destruir a massa!

Falou e uma onda de aplausos partiu de todos os lados. Era em verdade uma idéia genial.

Tamerlão sorriu.

- Ordeno aos nossos amigos que chefiam, organizarem grupos para o ataque.
Não perdoem nem homens nem mulheres. Desprestigio, desgaste, desmoralização através do Sexo e sairemos vitoriosos!

Novos aplausos. Tamerlão com um gesto rápido de despedida saiu.

Nós também nos retiramos. A lua brilhava no firmamento.

Eleutério comentou:
- Realmente, agora estou preocupado. Nem Adão resistiu à força do Sexo.

Espírito genial e mau, Tamerlão vai fazer muito mal em nossas hostes.

Precisamos preparar a defesa. Você, meu filho, entendeu o que ele disse?

Com um gesto de cabeça disse que sim.

- Pois é, atacará os espíritas na sua fragilidade, que é o sexo, procurará aproximar os lideres de mulheres que com eles tiveram ligações de outras vidas, que foram noutra época suas esposas ou suas amantes, e através desse velho amor buscará desmoralizá-los no mundo e inutilizar a obra evangélica que estejam realizando pelo escândalo. Precisamos andar depressa, antes que a sua devastação seja muito grande!

- Mas não haverá tempo para salvar ninguém?

- Meu amigo, nesse problema sexual poucos querem ser salvos. Mas precisam de compreender que o amor que lhes surgirá sorridente e amigo no caminho da vida, o amor ilegal, o amor impuro, porque fora do casamento, lhes será fatal. Espíritos dominados pelo escândalo sexual, rolarão nos séculos e perderão o direito de pregar a palavra do Cristo!

- Mas e o amor puramente espiritual entre as criaturas? - interroguei aflito. Deverá o cristão manter-se afastado das criaturas de outro sexo?

- Não, isso não, mas o que não poderão fazer é entregar-se ao comércio sexual inutilizando-se a si mesmos através do escândalo. O amor fraternal é divino e o amor sexual é sagrado, mas o mundo tem a sua moral que deve ser respeitada até que um dia mude. Enquanto isso, deveremos aguardar na planície. Nem tudo é licito, afirmou Paulo, embora tudo possa ser permitido. Guardemos por ora a moral Cristã.

Vi que Eleutério tinha pressa.

Antes de partir, porém, olhou o céu estrelado que falava do Universo imenso de Deus e convidou:
- Oremos.

Ouvi ainda a sua voz que pronunciava as mais belas e profundas palavras do mundo.

A brisa roçou-me a face.

Quando abri os olhos ele não estava mais.

No limiar do submundo

O problema de Elmiro ainda bailava em minha mente.

A descoberta do fato de que pela simples mentalização poderia a criatura espiritualmente estabelecer ligação com outras criaturas ao ponto de arrastá-las ou trazê-las através do espaço causara-me forte impressão.

Pensar e realizar espiritualmente, em parte, passava a ser questão de momento.

Assunto decisivo.

Eleutério conduzia-me agora para a zona boêmia de uma grande cidade. Era noite, e os homens andavam pelo bairro da devassidão buscando a solução para seus problemas íntimos. As ruas feias, sujas, lembravam algumas regiões espirituais. Mulheres de fisionomias gastas e maceradas exibiam-se às portas, mostrando-se humilhantemente à freguesia insaciável. Algumas bebiam nos bares de esquina com seus infelizes companheiros. Notei, porém, uma multidão de Espíritos que também perambulavam por ali.

- Quanta gente! Exclamei.

É comum, respondeu o Benfeitor, essa quantidade de Espíritos nos lugares onde a prostituição prolifera.

- E o que fazem aí.

- Misturam-se com os homens e as mulheres, identificam-se com eles, acompanham-lhes as sensações, emocionam-se, gozam da mesma forma que os casais o prazer do ato sexual.

- Mas como? eles assistem tudo?

- Assistem não, associam-se e participam de todos os lances do ato sexual. Você quer ver?

Acompanhemos de perto esses dois.

Eleutério apontou-me um casal que conversava baixinho no esquina do bar, do lado de fora.
Aproximamo-nos e ouvimos o homem negociando com a mulher o entendimento carnal. Não se decidiam por questão de preço. Algumas entidades sombrias, escuras, escutavam a conversa e aguardavam o desfecho. Por fim, a mulher concordou com o preço baixo que o homem queria pagar e ambos subiram para um sobrado em frente, através de escada antiga de madeira. Os tais Espíritos também seguiram-nos. Três ou quatro. Dois eu vi que eram figuras masculinas, os outros não pude distinguir porque suas fisionomias já não expressavam qualquer tipologia humana. Cabelos grandes, tanto podiam ser mulheres quanto homens. Calças de homem. Acompanhamo-los. Não nos perceberam a presença, já que vibrávamos em faixa vibratória diferente, embora pudéssemos vê-los perfeitamente. Entraram para um quarto horrível, escuro e mau cheiroso. E foram logo para a cama, mal se despiram. As duas entidades de aspecto masculino não tiveram dúvida, saltaram na cama e envolveram cada um dos parceiros e passaram a executar o ato sexual em todos os seus lances.

- Veja bem, murmurou Eleutério, que os encarnados é que executam o que os desencarnados desejam. Não são os desencarnados que seguem o que os encarnados possam desejar.

De fato, verifiquei que o homem e a mulher seguiam através do pensamento que lhes fluía de seus associados espirituais todos os gestos que estes praticavam. Em face disso, o amor daqueles dois prolongou-se desvairadamente, muito mais do que era preciso e compreendi que coisa medonha é o amor físico realizado a quatro.

- Isso é mais comum do que você está pensando, ensinou-me o Instrutor Espiritual. Não só nestes lugares, mas também pessoas de bem, invigilantes, em seus lares dão oportunidade, muitas vezes, a que criaturas como estas ali penetrem.

- Mas então, não há defesa? perguntei aflito.

- Há, meu filho, nos lares bem constituídos onde reina verdadeiro amor e respeito, há os guardiões, isto é, Espíritos amigos, que a Espiritualidade Superior situa nesses lares para impedir a entrada dos vampiros, ou aproveitadores de sensações como esses.

Realmente, nós já tivemos notícias dos guardiões, agora relembrávamos.

Eram criaturas que se postavam à porta dos lares mais espiritualizados ou à porta da alcova do casal e impediam qualquer intromissão. Todos os lares cristãos ou mesmo aqueles que não forem cristãos mas que se mantiverem dentro de uma moral pura, recebiam esse benefício e o amor era assim resguardado com profundo carinho e respeito. Razão pela qual a atmosfera desses lares irradiava pureza, como se a casa estivesse sempre lavada e limpa.

Saímos.

Um rumor de instrumentos de orquestra chamou-nos a atenção. Lá fora, encontramos um Espírito de elevado porte com quem Eleutério imediatamente se pôs em contato.

- Como vai tudo aí, Crispin, saudou-o o mensageiro.

- Tudo bem, Eleutério. Como sempre. Muita gente, muita luta.

- Eleutério apresentou-me.

- Este é o velho Crispin, meu filho, e fiscaliza esta parte do bairro.

- Fiscaliza? - surpreendi-me.

- Sim, fiscaliza. Às vezes, aparecem aqui Espíritos que deveriam seguir outro rumo, que buscam coisa melhor, e Crispin os ajuda. Outras vezes, Espíritos que querem se libertar desta vida, e não têm força, e o nosso amigo Crispin lhes dá força e coragem. Há muito serviço, mais do que se pensa.

- Como está o baile? - interrogou Eleutério, após dar-me a explicação.

- Muita gente, o pessoal da zona inferior está todo lá.

Compreendi logo que Crispin falava de Espíritos que naturalmente superlotavam o baile vivendo sensações dos que, ainda na terra, se divertiam.

- Vou levar o meu pupilo até lá, esclareceu Eleutério.

- Posso acompanhá-los, ofereceu generosamente Crispin.

Então vamos.

O salão estava cheio de gente dos dois lados. O entusiasmo era grande e vimos que os Espíritos dançavam com os pares, abraçados com eles, envolvendo-os e penetrando com suas vibrações. A ligação às vezes era tão íntima que envolvida pelo Espírito, a pessoa que dançava perdera a fisionomia que fora substituída pela do parceiro espiritual como uma máscara perfeita. Esse fato se comprovava quando a música barata parava e os Espíritos se afastavam para descansar ou bater palmas. Como a água que se retira de uma esponja. Assim retornavam eles ao jogo da dança. Todas as impressões que os homens e as mulheres sentiam no abraço ou no contato da dança, eles também sentiam ou provocavam. Cara na cara, peito no peito, pernas nas pernas. Era uma verdadeira batalha.

Lembrei-me dos umbandistas que dizem que o médium é o cavalo e achei que a comparação não estava tão errada assim. Efetivamente, os Espíritos ali cavalgavam os homens como cavalos e cavaleiros. Os pares valsavam ou dançavam o samba e tudo conduzia à sexualidade.

- O mal dos bailes, em qualquer lugar do mundo, meu filho, afirmou Eleutério, é conduzir sempre o pensamento do homem para os desejos inconfessáveis e o despertamento dos anseios sexuais. Dificilmente uma dança entre homem e mulher não leva o homem às vibrações sexuais, embora nem sempre a mulher dance com essa intenção ou perceba os anseios do companheiro.

Elemento mais ativo, o homem desperta logo para os sentimentos sexuais, e como é lógico, atrai de imediato companhias altamente interessadas em conduzir o assunto para o fundo das sensações do sexo.

- Mas então, interroguei, não há amor sem a presença indesejável dessas criaturas?

- Há, quando os corações pulsam com pureza e a mente vibra com harmonia e respeito a Deus.

Só a formação moral impede o avassalamento dos Espíritos. A moral cristã principalmente e a piedade cristã são barreiras quase que intransponíveis para os aproveitadores do sexo. Ama-se verdadeiramente dentro do respeito sagrado que o sexo merece, sem companhias indesejáveis, quando colocamos a alma e o coração. A mente fortificada nos pensamentos superiores será sempre uma barreira. Acontece, porém, que nem sempre os dois parceiros estão nas mesmas condições. O amor dentro do lar, como já lhe afirmamos goza de proteção quando reina na casa os sentimentos da alta moralidade ou ainda da moral cristã.

Fora disso, a praça está aberta à invasão. Olhei Eleutério e ele completou:
- Vamos embora, se não, em pouco receberemos as rajadas sexuais que vêm dessa gente.

Tomou-me o braço e partimos.


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Não haverá GIRA.

Estaremos realizando obras de manutenção no imóvel.

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22/03 - sexta-feira – Caboclos

29/03 - sexta-feira - Exus

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12/04 - sexta-feira – Saúde

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17/05 - sexta-feira – Caboclos

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21/08 - quarta-feira – Café com Vovó Catarina

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As Giras têm início às 20h e as fichas são distribuídas a partir das 19:45 até às 21h.

As consultas não são cobradas. “Dai de graça o que de graça recebestes de Deus”.

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