Um Natal diferente
Naquele escritório era assim. Todos os anos, pelo Natal, eles procuravam uma família que necessitasse de assistência para comemorar o Natal.
Para o dia que se aproximava, eles localizaram uma família que havia sofrido várias tragédias nos dois anos anteriores. O Natal deles seria magro e triste.
Então, durante um mês, todos no escritório foram colocando as doações em dinheiro dentro de uma lata decorada.
Depois, se divertiram muito escolhendo os presentes para o pai, a mãe e os seis filhos, imaginando a expressão de felicidade deles, ao receberem os presentes.
Para os meninos, luvas para o inverno e aviões em miniatura. Para as meninas, bonecas e bichinhos de pelúcia. Para a mais velha, já adolescente, perfume e um relógio.
Evidentemente, a família não deveria saber quem eram os doadores e, por isso, eles combinaram que o pastor da igreja rural freqüentada pela família, seria o portador dos presentes.
Na sexta-feira anterior ao Natal, a mãe da família voltou mais cedo para casa, após o trabalho. Ela recebera uma gratificação extra do seu patrão. O marido ficou feliz com a notícia.
Agora eles tinham dinheiro para comprar presentes de Natal para os filhos. Sentaram-se e juntos fizeram uma lista, procurando combinar o querer com as necessidades.
Mas, então, eles ficaram sabendo que um amigo estava prestes a ser submetido a uma cirurgia. Ele estava desempregado e não poderia pagar as despesas médicas. Mais do que isso, nem tinha o que comer em casa.
Condoídos com a situação, marido e mulher convocaram os filhos para uma reunião de família e decidiram entregar a gratificação de Natal a seus amigos.
Comida e despesas médicas eram mais importantes do que brinquedos de Natal.
Algumas horas depois de tomada a decisão, o pastor foi fazer uma visita para a família.
Antes que ele tivesse tempo de explicar o motivo da visita, eles contaram que gostariam de doar o dinheiro ganho e lhe pediram que entregasse o cheque para a família necessitada.
O pastor ficou muito surpreso diante de tanta generosidade e concordou em entregar o cheque, com uma condição: todos eles deveriam acompanhá-lo até seu carro.
Sem entender muito bem o porquê da exigência do pastor, eles concordaram com o pedido.
Quando atravessaram o portão da casa, eles viram o carro do pastor abarrotado de presentes de Natal. Presentes que o pessoal daquele escritório lhes havia mandado, como expressão de amor natalino.
Que Natal esplêndido foi aquele para as duas famílias necessitadas, para o coração do pastor e para todo o pessoal do escritório!
*   *   *
Num dia distante, há mais de vinte séculos, o Divino Pastor nasceu entre as Suas ovelhas. Veio manso, numa noite silenciosa, somente deixando-se anunciar por um coro de mensageiros espirituais, aos corações dos homens de boa vontade.
Até hoje, Ele continua assim: falando aos homens que se dispõem a ter boa vontade para com os outros homens. Boa vontade para se doar, para se dar, para amar.
Este é o sentido do verdadeiro Natal: o amor de Deus para com os homens. O amor dos homens uns para com os outros, em nome do Divino Amor que se chama Jesus.. Uma tradição de Natal,
de Pat A Carman, do livro Histórias para o coração da mulher, de Alice Gray, ed. United Press.
Espírito: IRMÃO X.
CRÔNICA  DO  NATAL
Desde a ascensão de Herodes, o Grande, que se fizera rei com o apoio dos romanos, não se falava na Palestina senão no Salvador que viria enfim...
Mais forte que Moisés, mais sábio que Salomão, mais suave que David, chegaria em suntuoso carro de triunfo para estender sobre a Terra as leis do Povo Escolhido.
Por isso, judeus prestigiosos, descendentes das doze tribos, preparavam-lhe oferendas em várias nações do mundo.
Velhas profecias eram lidas e comentadas, na Fenícia e na Síria, na Etiópia e no Egito.
Dos confins do Mar Morto às terras de Abilena, tumultuavam notícias da suspirada reforma...
E mãos hábeis preparavam com devotamento e carinho o advento do Redentor.
Castiçais de ouro e prata eram burilados em Cesareia, tapetes primorosos eram tecidos em Damasco, vasos finos eram importados de Roma, perfumes raros eram trazidos de remotos rincões da Pérsia... Negociantes habituados à cobiça cediam verdadeiras fortunas ao Templo de Jerusalém, após ouvirem as predições dos sacerdotes, e filhos tostados deserto vinham de longe trazer ao santuário da raça a contribuição espontânea com que desejavam formar nas homenagens ao Celeste Renovador.
Tudo era febre de expectação e ansiedade.
Palácios eram reconstruídos, pomares e vinhas surgiam cuidadosamente podados, touros e carneiros, cabras e pombos eram tratados com esmero para o regozijo esperado.
Entretanto, o Emissário Divino desce ao mundo na sombra espessa da noite.
Das torres e dos montes, hebreus inteligentes recolhem a grata notícia... Uma estrela estranha rutila no firmamento.
O Enviado, porém, elege pequena manjedoura para seu berço de luz.
Milícias angelicais rejubilam-se em pleno céu...
Mas nem príncipes, nem doutores, nem sábios e nem poderosos da Terra lhe assistem a consagração comovente e sublime.
São pastores humildes que se aproximam, estendendo-lhe os braços.
Camponeses amigos trazem-lhe peles surradas.
Mulheres pobres entregam-lhe gotas de leite alvo.
E porque as vozes do Céu se fazem ouvir, cristalinas e jubilosas, cantam eles também...
-          “Glória a Deus nas alturas, paz na Terra, boa vontade para com os Homens!...”.
Ali, na estrebaria singela, então Ele e o povo...
E o povo com Ele inicia uma nova era...
É por isso que o Natal é a festa da bondade vitoriosa.
Lembrando o Rei Divino que desceu da Glória à Manjedoura, reparte com teu irmão tua alegria e tua esperança, teu pão e tua veste.
Recorda que Ele, em sua divina magnificência, elegeu por primeiros amigos e benfeitores aqueles que do mundo nada possuíam para dar, além da pobreza ignorada e singela.
Não importa sejas, por enquanto, terno e generoso para com o próximo somente um dia...
Pouco a pouco, aprenderás que o espírito do Natal deve reinar conosco em todas as horas de nossa vida.
Então, serás o irmão abnegado e fiel de todos, porque, em cada manhã, ouvirás uma voz do Céu a sussurrar-te, sutil:
-          Jesus nasceu “Jesus nasceu!...”.
E o Mestre do Amor terá realmente nascido em teu coração para viver contigo eternamente.
LIVRO ANTOLOGIA MEDIÚNICA DO NATAL - Psicografia: Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos
NA  NOITE  DE  NATAL
Carmen Cinira
Noite de paz e amor! Repicam sinos,
Doces, harmoniosos, cristalinos,
Cantando a excelsitude do Natal!...
A estrela de Belém volta, de novo,
A brilhar, ante os júbilos do povo,
Sob a crença imortal.
De cada lar ditoso se irradia
A glória da amizade e da harmonia,
Em festiva oração;
Une-se o noivo à noiva bem-amada,
Beija o filho a mãezinha idolatrada,
O irmão abraça o irmão.
Dentro da noite, há corações ao lume
E há sempre um bolo, em vagas de perfumes,
Sob claro dossel. ...
Nascem canções e flores de mansinho,
Em édenes fechados de carinho,
De esperança e de mel.
Mas, lá fora, a tristeza continua. . .
Há quem chora sozinho, em plena rua,
Ao pé da multidão;
Há quem clama piedade e passa ao vento,
Ralado de tortura e sofrimento,
Sem a graça de um pão.
Há quem contempla o céu maravilhoso,
Rogando à morte a bênção do repouso
Em terrível pesar!
Ah! como é triste a imensa caravana,
Que segue, aflita, sob a treva humana,
Sem consolo e sem lar. ..
Tu, que aceitaste a luz renovadora
Do Rei que se humilhou na manjedoura
Para amar e servir,
Volve o olhar compassivo à senda escura,
Vem amparar os filhos da amargura,
Que não podem sorrir.
Desce do pedestal que te levanta
E estende a mão miraculosa e santa
Para unir-nos no Amor, fraternalmente,
Desceu Jesus do Céu Resplandecente
E imolou-se por nós.
Vem medicar quem geme na calçada!...
Oferece à criança abandonada
Um velho cobertor;
Traze a quem sofre a lúcida fatia
Do teu prato de sonho e de alegria,
Temperado de amor.
Visita as chagas negras da mansarda
Onde a miséria súplice te aguarda
Em nome, de Jesus.
Há muita crença enferma, quase morta,
Que só pede um sorriso brando à porta,
Para tornar à luz.
Natal!... Prossegue o Mestre, de viagem,
Em vão buscando um quarto de estalagem,
Um ninho pobre, em vão!...
E encontra sempre a cruz, ao fim da estrada,
Por não achar socorro, nem pousada
Em, nosso coração.
Do livro Parnaso de Além-Túmulo. Psicografia de Francisco Cândido Xavier
Que é o Natal?
Eu, menino, sentado na calçada, sob um sol escaldante, observava a movimentação das pessoas em volta, e tentava compreender o que estava acontecendo.
Que é o Natal? - perguntava-me, em silêncio.
Eu, menino, ouvira falar que aquele era o dia em que Papai Noel, em seu trenó puxado por renas, cruzava os céus distribuindo brinquedos a todas as crianças.
E por que então, eu, que passo a madrugada ao relento nunca vi o trenó voador? Onde estão os meus presentes? Perguntava-me.
E eu, menino, imaginava que o Natal não deveria ser isso.
Talvez fosse um dia especial, em que as pessoas abraçassem seus familiares e fossem mais amigas umas das outras.
Ou talvez fosse o dia da fraternidade e do perdão.
Mas então por que eu, sentado no meio-fio, não recebo sequer um sorriso? - perguntava-me, com tristeza - E por que a polícia trabalha no Natal?
E eu, menino, entendia que não devia ser assim...
Imaginava que talvez o Natal fosse um dia mágico porque as pessoas enchem as igrejas em busca de Deus.
Mas por que, então, não saem de lá melhores do que entraram?
Debatia-me, na ânsia de compreender essa ocasião diferente.
Via risos, mas eram gargalhadas que escondiam tanta tristeza e ódio, tanta amargura e sofrimento...
E eu, menino, mergulhado em tão profundas reflexões, vi aproximar-se um homem...
Era um belo homem...
Não era gordo nem magro, nem alto nem baixo, nem branco, nem preto, nem pardo, nem amarelo ou vermelho.
Era apenas um homem com olhos cor de ternura e um sorriso em forma de carinho que, numa voz em tom de afago, saudou-me:
Olá, menino!
Oi!... Respondi, meio tímido.
E, com grande admiração, vi-o acomodar-se ao meu lado, na calçada, sob o sol escaldante.
Eu, menino, aceitei-o como amigo, num olhar. E atirei-lhe a pergunta que me inquietava e entristecia:
Que é o Natal?
Ele, sorrindo ainda mais, respondeu-me, sereno:
Meu aniversário.
Como assim? - perguntei, percebendo que ele estava sozinho.
Por que você não está em casa? Onde estão os seus familiares?
E ele me disse: Essa é a minha família, apontando para aquelas pessoas que andavam apressadas.
E eu, menino, não compreendi.
Você também faz parte da minha família... Acrescentou, aumentando a confusão na minha cabeça de menino.
Não te conheço! - eu disse.
É porque nunca lhe falaram de mim. Mas eu o conheço. E o amo...
Tremi de emoção com aquelas palavras, na minha fragilidade de menino.
Você deve estar triste, comentei. Porque está sozinho, justo no dia do próprio aniversário...
Neste momento, estou com você. - respondeu-me, com um sorriso.
E conversamos...uma conversa de poucas palavras, muito silêncio, muitos olhares e um grande sentimento, naquela prece que fazia arder o coração e a própria alma.
A noite chegou... E as primeiras estrelas surgiram no céu.
E conversamos... Eu, menino, e ele.
E ele me falava, e eu o entendia. E eu o sentia. E eu o amava...
Eu, menino: sou as cordas. Ele: o artista. E  entre nós dois se fez a melodia!...
E eu, menino, sorri...
Quando a madrugada chegou e, enquanto piscavam as luzes que iluminavam as casas, ele se ergueu e eu adivinhei que era a despedida. E eu suspirava, de alma renovada.
Abracei-o pela cintura, e lhe disse: Feliz aniversário!
Ele ergueu-me no ar, com seus braços fortes, tão fortes quanto a paz, e disse-me:
Presenteie-me compartilhando este abraço com a minha família, que também é sua... Ame-os com respeito. Respeite-os com ternura, com carinho e amizade. E tenha um Feliz Natal!
E porque eu não queria vê-lo ir-se embora, saí correndo em disparada pela rua. Abandonei-o, levando-o para sempre no mais íntimo do coração...
E saí em busca de braços que aceitassem os meus...
E eu, menino, nunca mais o vi. Mas fiquei com a certeza de que ele sempre está comigo, e não apenas nas noites de Natal...
E eu, menino, sorri... Pois agora eu sei que Ele é Jesus... E é por causa Dele que existe o Natal.
Redação do Momento Espírita, com base em texto de
Fábio Azamor, da cidade de Rio Bonito-RJ.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 7 e no livro Momento  Espírita v. 4, ambos ed. Fep.
Em 27.10.2008.
NATAL
   
 Espírito: MEIMEI.
  
           Diante do bolo  iluminado, abraças, feliz, os entes amados que chegaram de  longe...
           Ouves a  música festiva que passa, de leve, por moldura de harmonia às telas da  natureza... Entretanto, quando penetrarem o tempo da oração, reverenciando o  Mestre que dizes amar, mentaliza o estábulo pobre.
            Ignoramos de que estrela chegando o Sublime Renovador, mas todos sabemos em que  ponto da Terra começou ele o apostolado divino.
           Recorda  as mãos fatigadas dos tratadores de animais, os dedos calosos dos homens do  campo, o carinho das mulheres simples que lhes ofertaram as primeiras gotas do  próprio leite e o sorriso ingênuo dos meninos descalços que lhe recebera, do  olhar a primeira nota de esperança.
            Lembra-te do Senhor, renunciando aos caminhos constelados de luz para  acolher-se, junto dos corações humildes que o esperavam, dentro da noite, e  desce também da própria alegria, para ajudar no vale dos que  padecem...
           Contemplará, de alma surpresa,  a fila dos que se arrastam, de olhos enceguecidos pela garoa das lágrimas.  Ladeando velhinhos que tossem ao desabrigo, há doentes e mutilados que suspiram  pelo lençol de refúgio na terra seca. Surgem mães infelizes que te mostram  filhinhos nus e crianças desajustadas para quem o pão farto nunca chegou.  Trabalhadores cansados falam de abandono e jovens subnutridos se referem ao  consolo da morte...
           Divide,  porém, com eles o tesouro de teu conforto e de tua fé e, nos recintos de palha e  sombra a que te acolhes, encontrarás o Cristo no coração, transfigurando-te a  vida, ao mesmo tempo em que, nos escaninhos da própria mente, escutarás, de  novo, o cântico do Natal, como que repetido na pauta dos  astros:
 -           Glória a Deus nas alturas  e boa vontade para com os homens!...
  
 LIVRO ANTOLOGIA MEDIÚNICA  DO NATAL - Psicografia: Francisco Cândido Xavier - Espíritos  Diversos
 Digitado por: Lúcia Aydir  – SP/08/2005.
  
   
 ALGO  MAIS  NO  NATAL
   
 Emmanuel
  
 Senhor Jesus
 Diante do natal, que te lembra à glória na manjedoura, nós te  agradecemos
 A música da oração,
 O regozijo da fé,
 A mensagem de amor,
 A alegria do lar,
 O apelo à fraternidade,
 O júbilo da esperança,
 A bênção do trabalho,
 A confiança no bem,
 O tesouro de tua paz,
 A palavra da Boa Nova e A confiança no futuro!
 Entretanto, ó Divino Mestre! 
 De corações voltados par ao teu coração, nós te suplicamos algo  mais!...
 Concede-nos, Senhor, o dom inefável da humildade para que tenhamos  a precisa coragem de seguir-te os exemplos. 
  
 Do livro Antologia mediúnica de Natal.  Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
  
  
 ORAÇÃO    DE  NATAL
  
 Senhor  Jesus!
 Agradecemos o  teu Natal repleto de esperança e de luz que nos impele a sair de nós mesmos, ao  encontro de companheiros em necessidades maiores que as  nossas.
 Agradecemos-te  o pão que nos deste para repartir e o agasalho que nos enviaste para vestir os  nossos irmãos expostos à noite.
 Entretanto,  comparecemos diante de ti rogando-te mais ainda...
  
 Se nos  permites, nós te pedimos socorro:
 - para os  corações desesperados;
 - para os que  se imobilizam no orgulho, perguntando se existes;
 - para os que  se cristalizam na sovinice, dando ideia de que trazem unicamente um cifrão por  dentro da própria alma;
 - para os que  se entregam à violência, como se não tivessem de dar contas da selvageria com  que arrasam a vida dos semelhantes;
 - para os que  se confiam às paixões descontroladas e envenenam corações sensíveis e afetuosos,  para depois atirá-los nos despenhadeiros do descrédito e do  suicídio;
 - para os que  se transviam na vaidade e se apresentam por donos da verdade com o objetivo de  esmagar ou confundir os outros;
 - para os que  se enquistam no egoísmo da posse e se esquecem de que muitos companheiros de  humanidade adoecem de fome, depois de lhes baterem inutilmente  às portas do  coração;
 - para os que  abusam da autoridade, pisando sobre a dor dos irmãos ainda fracos e  necessitados;
 -  e para todos nós, Senhor, que te buscamos, de alma e coração, conscientes de  Nossos próprios encargos, a fim de que não nos falte a força precisa para  amar-nos uns aos outros, no serviço que nos confiaste, de modo que, realizando  as tarefas de Hoje, possamos encontrar no tempo um amanhã mais  feliz.
  
 "Presença  de Luz", Augusto Cezar (Espírito), Francisco C.  Xavier (psicografia)
Cartão de Natal
 Ao clarão do Natal, que em ti acorda a música da  esperança, escuta a voz de alguém que te busca o  ninho da própria alma!... Alguém que te acende a estrela da generosidade nos  olhos e te adoça o sentimento, qual se trouxesses uma harpa de ternura  escondida no peito.
 Sim, é Jesus, o amigo fiel, que volta.
 Ainda que não quisesses, lembrar-lhe-ias hoje os dons  inefáveis, ao recordares as canções maternas que  te embalaram o berço, o carinho de teu pai, ao recolher-te nos braços enternecidos,  a paciência dos mestres que te guiaram na escola e o amor puro de  velhas afeições que te parecem distantes. 
 Contemplas a rua, onde luminárias e cânticos lhe  reverenciam a glória: entretanto, vergas-te ao  peso das lágrimas que te desafogam o coração...É que ele te fala no íntimo, rogando  perdão para os que erram, socorro aos que sofrem, agasalho aos que  tremem na vastidão da noite, consolação aos que gemem desanimados e  luz para os que jazem nas trevas.
 Não hesites! Ouve-lhe a petição e faze algo! ... Sorri  de novo para os que te ofenderam; abençoa os que  te feriram; divide o famel com os irmãos em necessidade; entrega um minuto de  reconforto ao doente; oferece uma fatia de bolo aos que moram, sozinhos,  sob ruínas e pontes abandonadas; estende um lençol macio aos que esperam  a morte, sem aconchego do lar; cede pequenina parte de tua bolsa no  auxílio às mães fatigadas, que se afligem ao pé dos filhinhos que  enlanguescem de fome, ou improvisa a felicidade de uma criança  esquecida.
  
 Não importa se diga que cultivas a bondade somente hoje  quando o Natal te deslumbra!... Comecemos a  viver com Jesus, ainda que seja por algumas horas, de quando em quando, e  aprenderemos, pouco a pouco, a estar com ele, em todos os instantes, tanto quanto  ele permanece conosco, tomando diariamente ao nosso convívio  e
 sustentando-nos para sempre.
 Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Antologia Mediúnica do  Natal. Ditado por Meimei. FEB.
      
  Espírito: CASIMIRO  CUNHA.
    
           Meu amigo, não te  esqueça,
           pelo Natal de  Jesus,
           de cultivar na  lembrança
           a paz, a verdade e a  luz.
  
           Não olvides a  oração
           cheia de fé e de  amor,
           por quem passa, sobre a  Terra,
           encarcerado na dor.   
           
           Vai buscar o  pobrezinho
           e o triste que nada  tem...
           o infeliz que passa ao  longe
           sem o afeto de  ninguém.
           
           Consola as mães  sofredoras
           e alegra o órfão que  vai
           pelas estradas do  mundo
           sem os carinhos de um  pai.
           
           Mas escuta: Não te  esqueças,
           na doce  revelação,
           que Jesus deve  nascer
            no altar do teu  coração.
   
 LIVRO  ANTOLOGIA MEDIÚNICA DO NATAL - Psicografia: Francisco Cândido Xavier - Espíritos  Diversos
 Digitado por: Lúcia Aydir –  SP/08/2005.
 NATAL
  
 Irene S.  Pinto
    
                Grande bolo à mesa.
                A árvore linda em festa.
                O brilho da noite empresta;
                Regozijo ao coração...
                É como se a Natureza
                Trouxesse Belém de novo
                Para os júbilos do povo
                Em doce fulguração.
  
                Tudo é bênção que se enflora,
                De envolta na melodia
                Da luminosa alegria
                Que te beija a segue além...
                      Mas se reparas, lá  fora,
                    O quadro que tumultua,
                    Verás quem passa na  rua
                    Sem ânimo e sem  ninguém.
  
                    Contemplarás  pequeninos
                    De faces agoniadas,
                    Pobres mães  desesperadas,
                    Doentes em chaga e  dor...
                    E, ajudando aos  peregrinos
                    Da esperança quase  morta,
                    Talvez enxergues à  porta
                    O Mestre pedindo amor.
  
                    É sim!... É Jesus que  volta
                    Entre os pedestres sem  nome,
                    Dando pão a quem tem  fome,
                    Luz às trevas, roupa aos  nus!
                    Anjo dos Céus sem  escolta,
                    Embora a expressão  serena,
                    Tem nas mãos com que te  acena
                    Os tristes sinais da  cruz.
  
                    Natal! Reparte o  carinho
                    Que te envolve a noite  santa
                    Veste, alimenta e  levanta
                    O companheiro a  chorar.
                    E, na glória do  caminho
                    Dos teus gestos  redentores,
                    Recorda por onde fores
                    Que o Cristo nasceu sem  lar.
    
 LIVRO  ANTOLOGIA MEDIÚNICA DO NATAL - Psicografia: Francisco Cândido Xavier - Espíritos  Diversos
    
    |  NATAL   Emmanuel   Glória a Deus  Alturas, paz na Torra e boa vontade para com os Homens. LUCAS, 2:14.     As legiões  angélicas, junto à Manjedoura, anunciando o Grande Renovador, não apresentaram  qualquer ação de reajuste violento.  Glória a Deus  no Universo Divino.  Paz na Terra.   Boa vontade  para com os Homens.  O Pai  Supremo, legando a nova era de segurança e tranqüilidade ao mundo, não declarava  o Embaixador Celeste investido de poderes para ferir ,ou destruir.    Nem  castigo  ao rico avarento.  Nem  punição  ao pobre desesperado.  Nem  desprezo  aos fracos.  Nem   condenação aos pecadores.  Nem   hostilidade para com o fariseu orgulhoso.  Nem  anátema  contra o gentio inconsciente.  Derramava-se  o Tesouro Divino, pelas mãos de Jesus, para o serviço da Boa Vontade.   A justiça do  "olho por olho" e do "dente por dente" encontrara, enfim, O Amor disposto à  sublime renúncia até à cruz.  Homens e  animais, assombrados ante a luz nascente na estrebaria, assinalaram júbilo  inexprimível. . .  Daquele  inolvidável momento em diante a Terra se renovaria.  O algoz seria  digno de piedade.  O inimigo  converter-se-ia em irmão transviado.  O criminoso  passaria à condição de doente.  Em Roma, o  povo gradativamente extinguiria, a matança nos circos. Em Sídon, os escravos  deixariam de ter os olhos vazados pela crueldade dos senhores. Em Jerusalém, os  enfermos não mais ,sofreriam relegados ao abandono nos vales de imundície.   Jesus trazia  consigo a mensagem da verdadeira fraternidade e, revelando-a, transitou,  vitorioso, do berço de palha. ao madeiro sanguinolento.  Irmão, que  ouves no Natal os ecos suaves do cântico milagroso dos anjos, recorda que o  Mestre ,velo até nós para que nos amemos uns aos outros .  Natal! Boa  Nova! Boa Vontade! Estendamos a simpatia a todos e comecemos a viver realmente  com Jesus, sob os esplendores de um novo dia. Psicografia  Chico Xavier Livro:Antologia Mediúnica do Natal 
   Espírito:  EMMANUEL.        Senhor  Jesus!      Quando chegaste à  Terra, através dos panos da manjedoura, aguardava-te a Escritura como sendo a  luz para os que jazem assentados nas trevas!...      E, em verdade,  Senhor, as sombras dominavam o mundo inteiro...      Sombras no trabalho,  em forma de escravidão...            Sombras na  justiça, em forma de crueldade...           Sombras no  templo, em forma de fanatismo...           Sombras na  governança, em forma de tirania...           Sombras na mente  do povo, em forma de ignorância e de miséria...           Pouco a pouco,  no entanto, ao clarão de tua infinita bondade, quebraram-se as algemas da  escravidão, transformou-se a crueldade em apreciáveis direitos humanos,  transmudou-se o fanatismo em fé raciocinada, converteu-se a tirania em  administração e, gradualmente, a ignorância e a miséria vão recebendo o socorro  da escola e da solidariedade.           Entretanto,  Senhor, ainda sobram trevas no amor, em forma de  egoísmo!           Egoísmo no  lar...           Egoísmo no  afeto...           Egoísmo na  caridade...           Egoísmo na  prestação de serviço...           Egoísmo na  devoção...           Mestre, dissipa  o nevoeiro que nos obscurece ainda os horizontes e ensina-nos a amar como nos  amaste, sem buscar vaidosamente naqueles que amamos o reflexo de nós mesmos,  porque, somente em nos sentindo verdadeiros irmãos uns dos outros, é que  atingiremos, com a pura fraternidade, a nossa ressurreição para  sempre.     LIVRO ANTOLOGIA MEDIÚNICA  DO NATAL - Psicografia: Francisco Cândido Xavier - Espíritos  Diversos       |  Emmanuel     Não  permitas que o júbilo do Natal vibre em teu coração à maneira de uma lâmpada  encarcerada... Toma o  facho de luz que a mensagem do Céu acende ao redor de teus passos e estende-lhe  a claridade sublime. Não te  detenhas. Avança,  com alegria e humildade. Se a fé  resplandece em teu santuário interior, que importam a ventania e o temporal? O  Sol, cada manhã, penetra os recôncavos do abismo sem  contaminar-se. O sol,  cada manhã, penetra os recôncavos do abismo, sem  contaminar-se. Segue,  invencível em tua esperança e sereno em tua coragem, sob a inspiração da  fraternidade e da paz! ... Sê um  raio estelar da sabedoria para a noite da ignorância; sê a gota de orvalho da  consolação e do carinho que diminua a tensão do sofrimento por onde passes; sê o  fio imperceptível da compreensão e do auxílio que dissipe o nevoeiro da  discórdia; sê a frase simples e boa que ajude e reconforte, onde o fogo do mal  esteja crestando as flores do bem... Um  sorriso idealiza milagres. Um gesto  amigo ampara a multidão. Com  algumas palavras, o Cristo articulou o roteiro regenerativo do mundo e com a  bênção da própria renúncia retificou os caminhos da  Humanidade. Renovam-se no Natal as vibrações da Estrela  do Amor que exaltou com Jesus a glorificação de Deus e ao reino da boa vontade  entre os homens. Jamais  ensurdeçamos ante o apelo celestial que se repete. Ampliemos  a comunhão fraterna e louvemos a cooperação, porque, anualmente, o Cristo nos  requisita a verdadeira solidariedade,a fim de que,em nos tornando mais irmãos  uns dos outros possa Ele nascer, em espírito, na manjedoura do nosso coração,  transformando em incessante e divino Natal todos os dias de nossa  vida.   Do livro  Antologia mediúnica de Natal. Psicografia de Francisco Cândido  Xavier. |  | 
 
   
Agradecimentos pela matéria: Carlos Eduardo Cennerelli
  
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