DIVALDO FALA DA TRANSIÇÃO PLANETÁRIA,
MOVIMENTO VOCÊ E A PAZ E A VISITA A UM PRESÍDIO
PERÍODO DE TRANSIÇÃO
Entrevista de Divaldo Pereira Franco ao
Programa Televisivo O Espiritismo Responde, da União Regional Espírita – 7ª
Região, Maringá, em 21.03.2007.
ESPIRITISMO RESPONDE –
OS ESPÍRITOS NOBRES TÊM FALADO SOBRE MOMENTOS
DE TRANSIÇÃO QUE A TERRA ESTÁ PASSANDO. O QUE CARACTERIZA ESSES MOMENTOS?
DIVALDO
PEREIRA FRANCO – SÃO AS CONVULSÕES SOCIAIS QUE SE DERIVAM DOS DISTÚRBIOS
MORAIS. NESSES DISTÚRBIOS MORAIS-SOCIAIS NÓS GERAMOS UMA PSICOSFERA DOENTIA.
FALA-SE DE QUE A ECOLOGIA ESTÁ ALTERADA, A NOSSA ATMOSFERA ESTÁ CARREGADA DE
GASES DESTRUTIVOS, DE QUE ESTAMOS VIVENDO MOMENTOS EM QUE A ÁGUA VAI ENTRAR EM
ESCASSEZ, PORQUE APENAS 2% DA ÁGUA DO MUNDO É POTÁVEL... FALA-SE TUDO ISSO, E
MAIS DAS TSUNAMES, DAS ERUPÇÕES VULCÂNICAS... TUDO ISSO FAZ PARTE DE UM GRANDE
CONJUNTO QUE CONSTITUI A TRANSIÇÃO.
REALMENTE, A NOSSA MENTE TRANSFORMADA EM INSTRUMENTO DE
PRAZER, DE VIOLÊNCIA GERA TAMBÉM CONVULSÕES GEOLÓGICAS. A MUDANÇA E A
SUSTENTAÇÃO DAS PLACAS TECTÔNICAS QUE PRODUZEM ESSES TREMENDOS MAREMOTOS, ESSAS
TSUNAMES PODEM TAMBÉM SER PROVOCADAS PELOS DISTÚRBIOS MENTAIS DOS HABITANTES DO
PLANETA.
A TERRA TEM QUE SE TRANSFORMAR DO PONTO DE
VISTA GEOLÓGICO PARA ALBERGAR ESPÍRITOS MAIS ELEVADOS. HÁ UMA EVOLUÇÃO
CORRESPONDENTE DO PLANETA, AO MESMO TEMPO QUE OCORRE A SOCIOLÓGICA, MORAL,
PRODUZINDO OUTRAS VARIANTES. SE REFLEXIONARMOS EM TORNO DA SOCIEDADE COMO UM
TODO, VEMO-LA TERRIVELMENTE FRAGMENTADA.
OBSERVEMOS, POR EXEMPLO, AS RELIGIÕES. AS
DOUTRINAS RELIGIOSAS, AO INVÉS DE MARCHAREM PARA A UNIÃO, AVANÇAM PARA A
COMPETIÇÃO, ODEIAM-SE RECIPROCAMENTE, EM NOME DE DEUS QUE É TODO AMOR. É UM
PARADOXO!
A POLÍTICA É CADA DIA MAIS ARBITRÁRIA. A
SEDE DE DOMINAÇÃO E DE TOTALITARISMO CONTINUA NO MUNDO DE HOJE, COMO NO TEMPO
MAIS RECUADO DA NOSSA VIDA NA ANTIGÜIDADE ORIENTAL. AS PROPOSTAS DE NATUREZA
SOCIOLÓGICA NÃO SAEM DO PAPEL, QUASE NUNCA SÃO APLICADAS.
A VIOLÊNCIA URBANA TOMA CONTA DO MUNDO.
POR QUÊ? PORQUE O INDIVÍDUO É VIOLENTO. ENTÃO, A CURA, A TERAPÊUTICA, SERÁ,
INFELIZMENTE ESSA GRANDE MUDANÇA QUE SE ESTÁ DANDO MEDIANTE A DOR, IMPONDO-NOS
A TRANSFORMAÇÃO ESPIRITUAL ATRAVÉS DA NOSSA MODIFICAÇÃO INTERIOR. MUITOS DIZEM:
“NÓS NECESSITAMOS DE LEIS JUSTAS”. A
MAIORIA DAS LEIS É ELABORADA DENTRO DOS CÓDIGOS DA JUSTIÇA, MAS ESSAS LEIS
FEITAS E APLICADAS A PESSOAS VIOLENTAS E VICIOSAS, FAVORECEM A IMPUNIDADE, A
ELEIÇÃO DO PODEROSO EM DETRIMENTO DAQUELE QUE É FRACO. É NECESSÁRIO
TRABALHAR-SE O INDIVÍDUO, COMO DISSE ALLAN KARDEC, SENDO HOJE MELHOR DO QUE
ONTEM, AMANHÃ MELHOR DO QUE HOJE E LUTANDO SEMPRE CONTRA AS SUAS MÁS
INCLINAÇÕES.
ER – APESAR DOS MOMENTOS DIFÍCEIS QUE A HUMANIDADE ESTÁ VIVENCIANDO,
VEMOS UM NÚMERO MUITO GRANDE DE PESSOAS INDIFERENTES AO QUE ESTÁ ACONTECENDO,
SEM RELIGIOSIDADE, SEM SOLIDARIEDADE, SIMPLESMENTE DEIXANDO A VIDA PASSAR.
QUAIS SÃO AS
CONSEQÜÊNCIAS DESSA PASSIVIDADE? O QUE SERÁ CAPAZ DE DESPERTÁ-LAS?
DIVALDO
– A DOR É O CLARIM QUE NOS DESPERTA A TODOS. NO ESTUDO DA PSICOLOGIA, NOS
VÁRIOS NÍVEIS DA EVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA, A PRIMEIRA FASE É A CHAMADA DE CONSCIÊNCIA
DE SONO.
A PESSOA É APÁTICA EMOCIONALMENTE. PODE POSSUIR MUITA INTELIGÊNCIA, MUITO
CONHECIMENTO, MAS É INDIFERENTE AO QUE ACONTECE COM OS OUTROS. É UMA
CONSCIÊNCIA ADORMECIDA, EGÓICA, SOMENTE SE INTERESSANDO PELO QUE É SEU,
ENQUANTO QUE OS OUTROS NÃO TÊM NENHUM SENTIDO NO CONJUNTO SOCIAL.
Esta é uma fase da evolução, porque logo depois passa-se à consciência desperta.
Mas, isso ocorre através do sofrimento. Esse indivíduo sempre pensa que a
morte, a miséria, o câncer apenas atacam o vizinho. Mas, como o vizinho pensa a
mesma coisa, vai chegar a vez dele ser atacado, aí então ele desperta e
exclama: “Por que Deus fez
isso comigo? Por que eu?”
É comum sempre se perguntar: “MAS, POR
QUE COMIGO?” A pergunta deveria ser: “POR QUE
NÃO COMIGO?” Porque todos somos iguais. Todos experimentamos as mesmas
vicissitudes. Por que uns sim e outros não? Então essas pessoas apáticas,
indiferentes, serão sacudidas como estamos sendo todos, pelos sofrimentos: a
depressão, o distúrbio do pânico, as inquietações, o vazio existencial, os
cânceres e tantas outras enfermidades.
Mantendo-se essa indiferença, a mesma revela um transtorno
patológico. O indivíduo já não tem sensibilidade, o que é uma das primeiras
características da depressão, graças à falta de serotonina e de noradrenalina.
A pessoa que está indiferente não tem afeto pelos seres antes mais amados...
Essa depressão hoje é de natureza pandêmica.
ER –
Numa atitude muito feliz, você lançou a campanha
“VOCÊ E A PAZ”.
Como está essa campanha? Já é possível identificar os
resultados?
DIVALDO – SIM, E QUASE QUE DE IMEDIATO NO ANO ATRASADO, TIVEMOS UMA
EMOÇÃO INCOMUM, PORQUE CONSEGUIMOS ARRASTAR À PRAÇA PÚBLICA MAIS DE 20.000
PESSOAS. ÀS VÉSPERAS DO NATAL, ÀS 18H00 DE UM DIA DE SEMANA, COM TODO O COMÉRCIO
TRABALHANDO. ISTO TEM UM SENTIDO MUITO ELEVADO. QUANDO TERMINAMOS O ATO
PÚBLICO, O COMANDANTE DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA CHAMOU-ME PARA UMA CAMPANHA
QUE ELE ESTAVA INICIANDO. QUAL ERA A CAMPANHA? ELE COLOCOU UM PEQUENO ADESIVO
EM TODOS OS VEÍCULOS DA POLÍCIA MILITAR E DO CORPO DE BOMBEIROS COM A SEGUINTE
INSCRIÇÃO – “ESTE É O ANO DA PAZ.”
SÃO MAIS DE 30.000 MILITARES QUE EM TODOS OS
VEÍCULOS CONDUZEM O ADESIVO DA CAMPANHA, DO MOVIMENTO VOCÊ E A
PAZ. ACHEI ISSO INCOMPARÁVEL, PORQUE, NORMALMENTE, A POLÍCIA É
REPRESSIVA. COM ESSA ATITUDE DO SR. COMANDANTE, ESTAMOS AVANÇANDO PARA CRIAR
UMA POLÍCIA EDUCATIVA, ARRANCANDO AS RAÍZES DO MAL, E NÃO SOMENTE
COMBATENDO-LHE AS CONSEQÜÊNCIAS.
TIVEMOS OCASIÃO DE DIALOGAR COM UM GRANDE TRAFICANTE DE DROGAS, DE UM DOS BAIRROS MAIS
PERIGOSOS DE SALVADOR, QUE ABANDONOU O HEDIONDO TRABALHO DEPOIS DE OUVIR-ME.
ELE FOI OUVIR-ME EM UMA ESCOLA, NO SEU BAIRRO, POSTERIORMENTE NA PRAÇA PÚBLICA
E COMOVEU-SE.
QUANDO EU DESCI DO PALANQUE, ELE ME PERGUNTOU CHORANDO:
“E AGORA, O QUE EU FAÇO DA MINHA VIDA?”
RESPONDI-LHE: “VAI
TRABALHAR COMO QUALQUER CIDADÃO.”
“E QUANTO VOU GANHAR?”
EU RESPONDI-LHE: “UM
SALÁRIO MÍNIMO, PORQUE VOCÊ NÃO SABE FAZER QUASE NADA.”
ELE RIU, E RESPONDEU-ME : “MAS,
ISSO EU GANHO EM ALGUNS MINUTOS.”
REDARGÜI-LHE: “COM A
MORTE DA ALMA DE MUITA GENTE, PARA MUITOS ANOS, NÃO É VERDADE? SOMENTE QUE VOCÊ
NÃO TEM ESSE DIREITO. DEUS NÃO O CRIOU PARA SER UM CRIMINOSO DE ALMAS, PORQUE O
ASSASSINO COMUM MATA O CORPO, MAS O VENDEDOR DE DROGAS MATA A ALMA, SENDO UM
TERRÍVEL COVARDE QUE FICA ESCONDIDO, DESTRUINDO VIDAS, NÃO SENDO USUÁRIO, O QUE
É AINDA MAIS PERVERSO.”
Consegui-lhe o primeiro trabalho. Atualmente, está numa
atividade remunerada, é um cidadão e está tentando arrancar do ofício nefasto
outros traficantes, seus conhecidos.
PORÉM, O MAIS FASCINANTE É QUE NÓS LANÇAMOS O MOVIMENTO
“VOCÊ E A PAZ” EM PARIS, NO ANO PASSADO, EM MAIO.
LANÇAMO-LO, TAMBÉM, EM PORTUGAL, EM COIMBRA, IGUALMENTE NO ANO PASSADO, E
IREMOS APRESENTÁ-LO TAMBÉM EM OUTROS PAÍSES.
Aqui, no Brasil, já temos uma grande quantidade de cidades que o
estão realizando. Lamentavelmente, o tempo de que disponho não me permite estar
em todos, mas já o temos no Paraná, em Santa Catarina, e vamos seguindo muito
bem.
ER – JESUS ORIENTOU PARA SE VIVER NO
MUNDO, SEM SER DO MUNDO. PODEMOS IDENTIFICAR NESSA
ORIENTAÇÃO UM CONVITE PARA SE VIVER EM PAZ, APESAR DA VIOLÊNCIA QUE CERCA O
HOMEM?
Divaldo – Isto
é o que Gandhi nos ensinava, seguindo o exemplo de Jesus. Ele teve ocasião de
dizer que lamentava muito os cristãos. Porque os cristãos têm uma Bíblia de 400
páginas, que lêem, meditam e não lhes adianta muito.
Ele leu apenas o Sermão da Montanha, as doze linhas de São Mateus e
mudou a sua vida. Concluiu afirmando: “Eu
amo a Cristo, mas tenho muito medo dos cristãos, porque não respeitam o
Cristo”.
Como conseqüência, ele elegeu a
não violência, porque a
não violência proporciona paz. A pessoa não violenta é
pacífica, é pacifista e é pacificadora, porque no seu íntimo tem segurança.
CERTA FEITA, UM DOS SECRETÁRIOS DE SEGURANÇA
PÚBLICA DO ESTADO DA BAHIA LEVOU-ME A UM PRESÍDIO DA CIDADE PARA QUE EU
REALIZASSE UMA PALESTRA. COLOCOU TODOS OS CRIMINOSOS EM UMA ÁREA AMURALHADA E
ASSISTIDOS POR POLICIAIS ARMADOS DE METRALHADORA. ENTÃO, EU LHE DISSE:
“SECRETÁRIO, COMO EU VOU FALAR DE PAZ E DE
AMOR COM ESSAS METRALHADORAS?”
Ele retrucou: “Divaldo,
isto é para nossa segurança, porque é um risco aqui estarmos. Temos que cuidar
da nossa vida, pois que, do contrário, poderemos ficar aqui seqüestrados.”
RESPONDI-LHE SORRINDO: “ENTÃO O SR. SAI E EU
FICO. SE EU IREI FALAR SOBRE A PAZ, TENHO QUE ACREDITAR NELA. SE EU PREGO O
AMOR, TENHO QUE CONFIAR NELE. É CLARO QUE EU NÃO QUERO FICAR AQUI NO NATAL,
SEQÜESTRADO. MAS TENHO QUE PROVAR AOS QUE IRÃO OUVIR-ME, QUE NÃO TENHO MEDO
DELES OU DAQUILO QUE OS TORNA INFELIZES, GRAÇAS À TRANQÜILIDADE QUE DEVO
POSSUIR.”
Ele obtemperou: “Nós
não podemos tirar a polícia”.
Ao que eu sugeri: “Mas,
pelo menos, pode manter uma vigilância mais discreta”.
ELE ME ATENDEU E EU COMECEI DIZENDO PARA OS
200 ENCARCERADOS: “VOCÊS NÃO ESTÃO AQUI OBRIGADOS.
FIQUEM SE QUISEREM. MAS, ANTES DE RESOLVER SE FICAM OU SE SAEM, DÊEM-ME DOIS
MINUTOS, EXATAMENTE DOIS MINUTOS.”
E contei-lhes uma história de humor. Eles riram muito.
A partir daí, expliquei-lhes: “Agora,
irei falar-lhes sobre algo mais sério, que merece reflexão.”
Fiquei muito tempo conversando com eles.
Alguns começaram a ler as obras espíritas, e criamos um núcleo
dentro da Casa de Detenção.
É NECESSÁRIO QUE A NOSSA PAZ RESISTA À
PERTURBAÇÃO DE FORA, PORQUE SENÃO É UMA PAZ ILUSÓRIA.
JESUS DISSE: “EU
VOS DOU A MINHA PAZ. NÃO COMO O MUNDO A DÁ, MAS COMO SOMENTE EU A POSSO DAR.”
QUAL É A PAZ DO CRISTO? SÓCRATES AFIRMAVA: “A
CONSCIÊNCIA TRANQÜILA, A PALAVRA RETA E OS ATOS CORRETOS.”
QUANDO ESTAMOS EM PAZ MENTALMENTE, NÃO TEMOS
VERGONHA DO PASSADO, NÃO TEMOS MEDO DE ACUSAÇÕES, PODENDO ENFRENTAR AS PESSOAS
COM TRANQÜILIDADE, O QUE DEMONSTRA NOSSA PAZ. PENSEMOS, ENTÃO RETAMENTE,
FALEMOS DE MANEIRA CORRETA E AJAMOS DE FORMA SAUDÁVEL.
ER – MUITAS SÃO AS PESSOAS QUE JÁ TÊM CONSCIÊNCIA DA NECESSIDADE
DE CONQUISTAR VIRTUDES. RECONHECEM AS SUAS AÇÕES EQUIVOCADAS E A NECESSIDADE DE
MUDANÇAS PARA CONQUISTAR A FELICIDADE, MAS NÃO CONSEGUEM MUDAR. O QUE VOCÊ
DIRIA A ESSAS PESSOAS QUE ESTÃO NO PROPÓSITO DE MUDAR E NÃO CONSEGUEM?
DIVALDO - QUE INSISTAM
NOS BONS PROPÓSITOS. TUDO SÃO HÁBITOS.UM GRANDE PEDAGOGO DISSE: “EDUCAR É CRIAR HÁBITOS SAUDÁVEIS.” QUEM NÃO TEM BONS, TEM MAUS
HÁBITOS. COMO ESTAMOS COM HÁBITOS ARRAIGADOS, QUE CHAMAMOS VICIOSOS OU
NEGATIVOS, PARA INSTALARMOS HÁBITOS NOVOS, DEVEREMOS REPETI-LOS ATÉ QUE SE
FIXEM. SE INSISTIRMOS NOS BONS HÁBITOS, MESMO QUE CAINDO PARA LEVANTAR, COMO
DIZ O EVANGELHO, SE TENTARMOS SEMPRE CRIAMOS UMA NOVA ADAPTAÇÃO, EM BREVE,
AGIREMOS CORRETAMENTE SEM NOS DARMOS CONTA.
Como é que educamos a criança a falar corretamente? Ela diz a
palavra equivocada e corrigimo-la com a palavra certa. A criança sorri. Repete
errado. Voltamos a dizer certo. Automaticamente, se lhe inscreve na mente o
termo e, mais tarde, passa a falar corretamente. Nos atos morais assim também
ocorre.
ALLAN KARDEC, QUANDO CONSULTOU OS ESPÍRITOS,
CONFORME A QUESTÃO 919, DE O LIVRO DOS ESPÍRITOS,
PERGUNTOU-LHES: QUAL O MEIO PRÁTICO MAIS EFICAZ
QUE TEM O HOMEM DE SE MELHORAR NESTA VIDA E DE RESISTIR A ATRAÇÃO DO MAL? E A
RESPOSTA FOI PROFUNDA: “UM SÁBIO DA ANTIGUIDADE JÁ VO-LO
DISSE: CONHECE-TE A TI MESMO”.
FAZER A VIAGEM PARA DENTRO, PARA O ÍNTIMO, EXAMINAR OS
PRÓPRIOS LIMITES, SER HUMILDE PERANTE SI MESMO, AUTOPERDOAR-SE, CONSTITUEM O
CAMINHO DO AUTOCONHECIMENTO. TODOS TEMOS O DIREITO DE ERRAR, MAS NÃO O DE
PERMANECER NO ERRO. TEMOS QUE NOS LEVANTAR. CAIR É UM FENÔMENO NATURAL. TODOS
CAEM. FICAR DEITADO, PORÉM, É UM FENÔMENO DE ACOMODAÇÃO.
Então, digamos aos corações amigos que pretendem mudanças, que essas
somente se dão pela repetição, pelo exercício, sem desânimo, até o último
instante.
Divaldo Franco psicografa texto de Joana de Angelis sobre
A TRANSIÇÃO PLANETÁRIA
Opera-se,
na Terra, neste largo período, a grande transição anunciada pelas Escrituras e
confirmada pelo Espiritismo. O planeta sofrido experimenta convulsões
especiais, tanto na sua estrutura física e atmosférica, ajustando as suas
diversas camadas tectônicas, quanto na sua constituição moral
Isto
porque, os espíritos que o habitam, ainda caminhando em faixas de
inferioridade, estão sendo substituídos por outros mais elevados que o
impulsionarão pelas trilhas do progresso moral, dando lugar a uma era nova de
paz e de felicidade.
Os
espíritos renitentes na perversidade, nos desmandos, na sensualidade e vileza,
estão sendo recambiados lentamente para mundos inferiores onde enfrentarão as
conseqüências dos seus atos ignóbeis, assim renovando-se e predispondo-se ao
retorno planetário, quando recuperados e decididos ao cumprimento das leis de
amor.
Por outro lado, aqueles que permaneceram nas regiões inferiores estão sendo
trazidos à reencarnação de modo a desfrutarem da oportunidade de trabalho e de
aprendizado, modificando os hábitos infelizes a que se têm submetido, podendo
avançar sob a governança de Deus.
Caso
se oponham às exigências da evolução, também sofrerão um tipo de expurgo
temporário para regiões primárias entre as raças atrasadas, tendo o ensejo de
ser úteis e de sofrer os efeitos danosos da sua rebeldia.
Concomitantemente, espíritos nobres que conseguiram superar os impedimentos que
os retinham na retaguarda, estarão chegando, a fim de promoverem o bem e
alargarem os horizontes da felicidade humana, trabalhando infatigavelmente na
reconstrução da sociedade, então fiel aos desígnios divinos.
Da
mesma forma, missionários do amor e da caridade, procedentes de outras Esferas
estarão revestindo-se da indumentária carnal, para tornar essa fase de luta
iluminativa mais amena, proporcionando condições dignificantes, que estimulem
ao avanço e à felicidade.
Não
serão apenas os cataclismos físicos que sacudirão o planeta, como resultado da
lei de destruição, geradora desses fenômenos, como ocorre com o outono que
derruba a folhagem das árvores, a fim de que possam enfrentar a invernia
rigorosa, renascendo exuberantes com a chegada da primavera, mas também os de
natureza moral, social e humana que assinalarão os dias tormentosos, que já se
vivem.
Os
combates apresentam-se individuais e coletivos, ameaçando de destruição a vida
com hecatombes inimagináveis.
A
loucura, decorrente do materialismo dos indivíduos, atira-os nos abismos da
violência e da insensatez, ampliando o campo do desespero que se alarga em
todas as direções.
Esfacelam-se
os lares, desorganizam-se os relacionamentos afetivos, desestruturam-se as
instituições, as oficinas de trabalho convertem-se em áreas de competição
desleal, as ruas do mundo transformam-se em campos de lutas perversas, levando
de roldão os sentimentos de solidariedade e de respeito, de amor e de
caridade...
A
turbulência vence a paz, o conflito domina o amor, a luta desigual substitui a
fraternidade.
A fatalidade da existência humana é a conquista do amor que proporciona
plenitude.
Há,
em toda parte, uma destinação inevitável, que expressa a ordem universal e a
presença de uma Consciência Cósmica atuante. A rebeldia que predomina no
comportamento humano elegeu a violência como instrumento para conseguir o prazer
que lhe não chega da maneira espontânea, gerando lamentáveis conseqüências, que
se avolumam em desaires contínuos.
É inevitável a colheita da sementeira por aquele que a fez, tornando-se rico de
grãos abençoados ou de espículos venenosos. Como as leis da vida não podem ser
derrogadas, toda objeção que se lhes faz converte-se em aflição, impedindo a
conquista do bem-estar.
Da mesma forma, como o progresso é inevitável, o que não seja conquistado
através do dever, sê-lo-á pelos impositivos estruturais de que o mesmo se
constitui.
A melhor maneira, portanto, de compartilhar conscientemente da grande transição
é através da consciência de responsabilidade pessoal, realizando as mudanças
íntimas que se tornem próprias para a harmonia do conjunto.
Nenhuma
conquista exterior será lograda se não proceder das paisagens íntimas, nas
quais estão instalados os hábitos. Esses, de natureza perniciosa, devem ser
substituídos por aqueles que são saudáveis, portanto, propiciatórios de
bem-estar e de harmonia emocional. Na mente está a chave para que seja operada
a grande mudança. Quando se tem domínio sobre ela, os pensamentos podem ser
canalizados em sentido edificante, dando lugar a palavras corretas e a atos
dignos. O indivíduo, que se renova moralmente, contribui de forma segura para
as alterações que se vêm operando no planeta.
Não
é necessário que o turbilhão dos sofrimentos gerais o sensibilize, a fim de que
possa contribuir eficazmente com os espíritos que operam em favor da grande
transição.
Dispondo das ferramentas morais do enobrecimento, torna-se cooperador
eficiente, em razão de trabalhar junto ao seu próximo pela mudança de convicção
em torno dos objetivos existenciais, ao tempo em que se transforma num exemplo
de alegria e de felicidade para todos.
O
bem fascina todos aqueles que o observam e atrai quantos se encontram distantes
da sua ação, o mesmo ocorrendo com a alegria e a saúde.
São eles que proporcionam o maior contágio de que se tem notícia e não as
manifestações aberrantes e afligentes que parecem arrastar as multidões.
Como
escasseiam os exemplos de júbilo, multiplicam-se os de desespero, logo
ultrapassados pelos programas de sensibilização emocional para a plenitude.
A grande transição prossegue, e porque se faz necessária, a única alternativa é
examinar-lhe a maneira como se apresenta e cooperar para que as sombras que se
adensam no mundo sejam diminuídas pelo Sol da imortalidade. Nenhum receio deve
ser cultivado, porque, mesmo que ocorra a morte, esse fenômeno natural é
veículo da vida que se manifestará em outra dimensão.
A
vida sempre responde conforme as indagações morais que lhe são dirigidas.
As
aguardadas mudanças que se vêm operando trazem uma ainda não valorizada
contribuição, que é a erradicação do sofrimento das paisagens espirituais da
Terra.
Enquanto
viceje o mal, no mundo, o ser humano torna-se-lhe a vítima preferida, em face
do egoísmo em que se estorcega, apenas por eleição especial.
A
dor momentânea que o fere, convida-o, por outro lado, à observância das
necessidades imperiosas de seguir a correnteza do amor no rumo do oceano da
paz.
Logo
passado o período de aflição, chegará o da harmonia.
Até lá, que todos os
investimentos sejam de bondade e de ternura, de abnegação e de irrestrita
confiança em Deus.
Joanna de Ângelis.
(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no dia 30 de
julho de 2006, no Rio de Janeiro, RJ).
Chico
Xavier Fala Sobre a Transição Planetária
A
conversa abaixo foi feita no dia 5 de janeiro de 1954
Pergunta: – Que pode o irmão dizer-nos a respeito do astro que
se avizinha, segundo a predição de Ramatís?
Chico Xavier: – Esclarece nosso orientador espiritual que o assunto alusivo à
aproximação de um Planeta ou de Planetas, da zona – ou melhor da aura da Terra
– deve, naturalmente, basear-se em estudos científicos, que possam saciar a
curiosidade construtiva das novas gerações renascentes no mundo.
O problema, desse modo, envolve acurados exames, com a colaboração da ciência e
da observação de nossos dias.
Razão por que pede ele que não nos detenhamos na expressão física dos
acontecimentos que se vizinham, para marcar maiores acontecimentos –
acontecimentos esses de natureza espetacular – na transformação do plano em que
estamos estagiando, no presente século.
Afirma nosso amigo que o progresso da óptica e das ciências matemáticas, serão
portadoras, naturalmente, de ilações, conclusões da mais alta importância para
os nossos destinos, no futuro próximo.
Pergunta: – Pode Emmanuel dizer-nos algo a respeito da
verticalização do eixo da Terra e das transformações que esta sofrerá, segundo
Ramatís?
Chico Xavier: – Afirma nosso Orientador espiritual que não podemos esquecer que
a Terra, em sua constituição física, propriamente considerada, possui os seus grandes
períodos de atividade e de repouso.
Cada período de atividade e cada período de repouso da MATÉRIA PLANETÁRIA, que
hoje representa o alicerce de nossa morada temporária, pode ser calculado, cada
um, em duzentos e sessenta mil (260.000) anos.
Atravessando o período de repouso da matéria terrestre, a vida se reorganiza,
enxameando de novo, nos vários departamentos do Planeta, representando, assim,
novos caminhos para a evolução das almas.
Assim sendo, os GRANDES INSTRUTORES da Humanidade, nos PLANOS SUPERIORES,
consideram que, desses 260.000 anos de atividade, 60 a 64 mil anos são
empregados na reorganização dos pródomos da vida organizada.
Logo em seguida, surge o desenvolvimento das grandes raças que, como grandes
quadros, enfeixam assuntos e serviços, que dizem respeito à evolução do
espírito domiciliado na Terra.
Assim, depois desses 60 a 64 mil anos de reorganização de nossa Casa
Planetária, temos sempre grandes transformações, de 28 em 28 mil anos.
Depois do período dos 64 mil anos, tivemos duas raças na Terra, cujos traços se
perderam, por causa de seu primitivismo.
Logo em seguida, podemos considerar a grande raça Lemuriana, como portadora de
urna inteligência algo mais avançada, detentora de valores mais altos, nos
domínios do espírito.
Após a raça Lemuriana – em seguida aos 28.000 anos de trabalho lemuriano
propriamente considerado – chegamos ao grande período da raça Atlântida, era
outros 28.000 anos de grandes trabalhos, no qual a inteligência do mundo se
elevou de maneira considerável.
Achamo-nos, agora, nos últimos períodos da grande raça Ariana.
Podemos considerar essas raças, como grandes ciclos de serviços, em que somos
chamados de mil modos diferentes, em cada ano de nossa permanência na crosta do
planeta, ou fora dela, ao aperfeiçoamento espiritual, que é o objetivo de
nossas lutas, de nossos problemas, de nossas grandes questões, na esfera de
relações, uns para com os outros.
Assim considerando, será mais significativo e mais acertado, para nós, venhamos
a estudar a transformação atual da Terra sob um ponto de vida moral, para que o
serviço espiritual, confiado às nossas mãos e aos nossos esforços, não se perca
em considerações, que podem sofrer grandes alterações, grandes desvios; porque
o serviço interpretativo da filosofia e da ciência está invariavelmente
subordinado ao Pensamento Divino, cuja grandeza não podemos perscrutar.
Cabe-nos, então, sentir, e, mais ainda, reconhecer, que os fenômenos da vida
moderna e as modificações que nosso “habitat” terreal vem apresentando nos
indicam a vizinhança de atividades renovadoras, de considerável extensão.
Daí esse afluxo de revelações da vida extra-terrestre, incluindo sobre as
cogitações dos homens; esses apelos reiterados, do mundo dos espíritos; essa
manifestação ostensiva, daqueles que, supostamente mortos na Terra, são vivos
na eternidade, companheiros dos homens em outras faixas vibratórias do campo em
que a humanidade evolui.
Toda essa eclosão de notícias, de mensagens, de avisos da vida espiritual,
devem significar para o homem, domiciliado na Terra do presente século, a
urgência do aproveitamento das lições de JESUS.
Elas devera ser apreciadas em si mesmas, e examinadas igualmente no exemplo e
no ensinamento de todos aqueles que, em variados setores culturais, políticos e
filosóficos do globo – lhe traduzem a vontade divina, que na essência é sempre
a nossa jornada para o Supremo Bem.
*Os termos da comunicação obtida em Curitiba (a “Conexão de Profecias”, de
Ramatís) são de admirável conteúdo para a nossa inteligência, de vez que,
realmente, todos os fatos alusivos à evolução da Terra, e referentes a todos os
eventos, que se relacionam com a nossa peregrinação para a vida mais alta,
estão naturalmente planificados, por aqueles MINISTROS de Nosso Senhor JESUS
CRISTO; os quais, de acordo com Ele, estabelecem programas de ação para a
COLETIVIDADE PLANETÁRIA, de modo a facilitar-lhe os vôos para a divina
ascensão.
Embora, porém, esta mensagem, por isso mesmo, seja digna de nosso melhor
apreço, contudo, na experiência de companheiro mais velho, recomenda-nos nosso
Orientador Espiritual (Emmanuel) um interesse mais efetivo, para a fixação de
valores morais em nossa personalidade terrena, de conformidade com os padrões
estabelecidos no Evangelho de nosso Divino Mestre.
Porque, para nossa inteligência, os fenômenos renovadores da existência que nos
cercam têm qualquer coisa sensacional, de surpreendente, nosso coração de
inclinar-se, humilde, diante da Majestade do Senhor, que nos concede tantas
oportunidades de trabalho, em nós mesmos, a revelação dos grandes
acontecimentos porvindouros; novo soerguimento íntimo, novo modo de ser, a fim
de que estejamos realmente habilitados a enfrentar valorosamente as lutas que
se avizinham de nós, e preparados para desfrutar a Nova Era que, qual bonança
depois da tempestade, facilitará nossos círculos evolutivos.
Será, todavia, muito importante encarecer, que não devemos reclamar, do
TERCEIRO MILÊNIO, uma transformação absolutamente radical, nos processos que
caracterizam, por enquanto, a nossa vida terrestre.
O prazo de 47 anos é diminuto, para sanar os desequilíbrios morais, de tantos
séculos, em que o nosso campo coletivo e individual adquiriu tantos débitos,
diante da sabedoria e diante do amor, que incessantemente apelam para nossa
alma, no sentido de nos levantarmos, para uma clima mais aprimorado da
existência.
Não podemos esquecer, que grandes imensidades territoriais, na América, na
África e na Ásia, nos desafiam a capacidade de trabalho.
Não podemos olvidar, também, que a Europa, superalfabetizada, se encontra num
Karma de débitos clamorosos, à frente da LEI, em doloroso expectação, para o
reajuste moral, que Ihe é necessário.
Aqui mesmo, no Brasil, numa nação com capacidade de asilar novecentos (900)
milhões de habitantes, em quatrocentos e alguns anos de evolução, mal estamos –
os espíritos, encarnados na Terra em que temos a bênção de aprender ou
recapitular a lição do Evangelho – mal estamos passando das faixas litorâneas.
Serviços imensos esperam por nossas almas no futuro próximo.
E, se é verdade que devemos aguardar, em nome de Nosso Senhor JESUS CRISTO,
condições mais favoráveis para a estabilização da saúde humana, para o acesso
mais fácil às fontes da ciência; se nos compete a obrigação de esperar o melhor
para o dia de amanhã cabe-nos, igualmente, o dever de não olvidar que, junto
desses direitos, responsabilidades constringentes contam conosco, para que o
Mundo possa, efetivamente, atender ao programa Divino, através, não somente da
superestrutura do pensamento científico – que é hoje um teto brilhante para os
serviços de inteligência do mundo – mas também, através de nossos corações,
chamados a plasmar uma vida, que seja realmente digna de ser vivida por aqueles
que nos sucederão nos tempos duros; entre os quais, naturalmente, milhões de
nós os reencarnados de agora, formaremos, de novo, como trabalhadores que
voltam para o prosseguimento da tarefa de auto acrisolamento, para a ascensão
sublime, que o Senhor nos reserva.
Considerando, assim, a questão sob este prisma, cabe-nos contar com o concurso
da ciência, no setor das observações de ordem material; com a evolução dos
instrumentos de óptica; com o avanço dos processos de exame, na esfera da
QUÍMICA PLANETÁRIA, na qual os mundos podem ser analisados, como ÁTOMOS DA AMPLIDÃO
DE UNIVERSOS, que se sucedem uns aos outros, no infinito da Vida.
Será lícito, então, esperar que certas afirmativas, referentes a vida material,
se positivem satisfatoriamente, para mais altas concepções da MENTE PLANETÁRIA;
de vez que, muito breve, o homem estará ligado à glória da RELIGIÃO CÓSMICA, da
Religião do Amor e da Sabedoria, que o CRISTIANISMO RENASCENTE, no Espiritismo
de hoje, edificará para a Humanidade, ajustando-a ao concerto de bênçãos, que o
grande porvir nos reserva.
Pergunta: – Foi, de fato, há 37.000 anos que submergiu a
Atlântida?
Chico Xavier: – Diz nosso Amigo (Emmanuel) que o cálculo é, aproximadamente,
certo, considerando-se que as últimas ilhas, que guardavam os remanescentes da
civilização atlântida, submergiram, mais ou menos, 9 a 10 mil anos, antes da
Grécia de Sócrates.
Pergunta: * – Acha nosso irmão que a Mensagem de Ramatís deva
ser divulgada com amplitude?
Chico Xavier: – Diz nosso Orientador que a Mensagem é de elevado teor…
E todo trabalho organizado com o respeito, com o carinho e com a dignidade,
dentro dos quais essa Mensagem se apresenta, merece a nossa mais ampla
consideração, de vez que todos nós, em todos os setores, somos estudiosos, que
devemos permutar as nossas experiências e as nossas conclusões para a
assimilação do progresso, com mais facilidade em favor de nós mesmos.
Revista
Boa Vontade, Ano 1, n0 4 – Outubro de 1956.”
Dia
de luz
|
O
despertador toca e você acorda. Abre os olhos e torna a contemplar as
mesmas cenas do ontem.
Pela sua mente ágil, as dores sofridas passam em cenário cinematográfico.
Você sente o corpo dolorido e cansado. Na boca, o gosto da amargura, que
como fel, lhe fere o paladar.
Novo dia... Contudo, embora a noite de sono, não serão novas as lutas.
Os problemas financeiros não se solucionaram no intervalo de algumas horas.
A enfermidade que se abateu em seu lar não partiu. Ao contrário, você a
sente mais presente do que nunca, nos gemidos que já lhe chegam aos
ouvidos.
Há que erguer-se do leito e retornar às lutas. A mesma luta.
Você sente desânimo e pensa: Por que Deus não me tirou a vida, enquanto
dormia? Sinto-me exausto. Não desejo mais sofrer, nem lutar.
No entanto, os minutos correm céleres e é preciso retomar as atividades.
Entre a tristeza e o desalento, você se ergue e abre a janela.
Neste instante, o sol lhe bate em cheio na face e ilumina o seu quarto.
Faz-se luz e a luz espanca as trevas.
É novo dia - informa-lhe o sol.
Há alegrias no ar - cantam os pássaros.
A brisa da manhã o envolve e a natureza toda o convida a reformular suas
disposições íntimas.
Pare um instante. Encha os seus pulmões com o ar renovado da manhã. Respire
profundamente. Contemple o azul do céu e dirija ao Criador a sua prece.
Prece de gratidão por mais um dia no corpo. Em vez
de rogar a Deus que lhe tire a vida, rogue-Lhe forças para o combate.
É dia novo. Você não pode imaginar o que a Divindade lhe reservou para
hoje.
Pense em quantas pessoas almejariam estar em seu lugar, agora.
Enfermidade, dor, desemprego são problemas a serem administrados e
equacionados, ao longo da existência.
Recorde que a Divindade lhe providenciou um dia de luz para você treinar,
outra vez, disciplina, paciência, perdão.
Não perca a oportunidade. Não jogue fora as chances de crescimento e
resgate.
E hoje, enquanto você sofre, luta e espera, alegre-se com os sons da vida,
com o sorriso das crianças, com o colorido da Natureza que o Pai Criador
dispôs especialmente para você.
Sorria. As lutas poderão ser semelhantes, mas não idênticas.
Porque dia como este nunca houve e não haverá outra vez.
Deus não se repete. Detenha-se a descobrir detalhes e observe a riqueza que
o circunda.
Amigos, colegas, brincadeiras, abraços.
Nada será igual ao que já foi.
Desfrute deste dia integralmente, porque dia igual a este só se vive uma
vez.
Cada dia é bênção nova. Cada minuto é oportunidade espontânea de
crescimento.
Pense nisso!
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ESPECIAL:
R$ 35,00
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Redação
do Momento Espírita, com pensamento colhido no verbete Dia, do livro
Repositório de sabedoria, v.1, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia
de Divaldo P.Franco, ed. Leal. Disponível no CD Momento Espírita, v. 2, ed.
Fep.
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MOMENTOS DE TRANSIÇÃO
bom
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E AGORA? O QUE VOU FAZER?
E
Mateus anuncia a transição do planeta - 24:6 “E
OUVIREIS DE GUERRAS E DE RUMORES DE GUERRAS; OLHAI, NÃO VOS ASSUSTEIS,
PORQUE É MISTER QUE ISSO TUDO ACONTEÇA, MAS AINDA NÃO É O FIM”.
24:7 “Porquanto se levantará nação
contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e
terremotos, em vários lugares”.
24:8 “Mas todas estas coisas são o
princípio de dores”.
24:10 “NESSE TEMPO MUITOS SERÃO
ESCANDALIZADOS, E TRAIR-SE-ÃO UNS AOS OUTROS, E UNS AOS OUTROS SE
ODIARÃO”.
24:12 “E, por se multiplicar a
iniqüidade, o amor de muitos esfriará”.
Emmanuel,
por sua vez lembra-nos:
“O SÉCULO QUE PASSA EFETUARÁ A SEPARAÇÃO DAS OVELHAS DO IMENSO
REBANHO. O CAJADO DO PASTOR CONDUZIRÁ O SOFRIMENTO NA TAREFA PENOSA DA
ESCOLHA. E A DOR SE INCUMBIRÁ DO TRABALHO QUE OS HOMENS NÃO
ACEITARAM POR AMOR”. (LIVRO: CAMINHO, VERDADE E VIDA).
E ENTÃO, NÃO MAIS VEMOS AS DESGRAÇAS ATRAVÉS DA TELA TELEVISIVA,
SEJA ELA: VIOLÊNCIA CONTRA NOSSOS IRMÃOS; SURTOS PSICÓTICOS; DESAMOR E
MORTE ENTRE FAMILIARES E OS EVENTOS DA NATUREZA A CEIFAR MILHARES DE
ESPÍRITOS AOS AJUSTES NECESSÁRIOS. PRANTOS E RANGER DE DENTES VISTOS A
OLHOS NUS PELAS JANELAS DE NOSSA CASA OU DOS NOSSOS CARROS.
E o olhar se
perde ao longe no pânico aterrorizante do que será o futuro e a pergunta
que não cala:
POR QUE TIVEMOS QUE CHEGAR A ESTE PONTO?
E num
redemoinho de emoções e sentimentos tentamos desvendar a causa da desdita
que nos assola. O medo nos assombra e a resposta ao nosso alcance.
COMO
BEM LEMBROU EMMANUEL, FOMOS PRIMEIROS CHAMADOS A EVOLUIR PELO AMOR E NOS
RECUSAMOS SOB AS VESTES DA IMPERFEIÇÃO E DE QUE ERRAR É HUMANO E AO INVÉS
DE CAMINHARMOS NOS ARRASTAMOS NO LODAÇAL DOS PRAZERES MATERIAIS EFÊMEROS
E PASSAGEIROS.
O relógio do
tempo não parou para chorar conosco que em passos de tartaruga
insistíamos em seguir e então o tempo urge e somos “obrigados” a acelerar
a marcha evolutiva.
E UMA VEZ QUE NOS RECUSAMOS PELO AMOR A DOR BATE À NOSSA PORTA SOB
VARIADAS VESTES A NOS CONVIDAR A REFLEXÃO E À MUDANÇA.
LARES ONDE VIDAS SÃO CEIFADAS POR QUEM DEVERIA PROTEGER OU
AGRADECER; RELACIONAMENTOS CONSTRUÍDOS NOS INTERESSES QUE NÃO O AMOR;
DIFICULDADES FINANCEIRAS, PROFISSIONAIS, GRAVES ENFERMIDADES E TRAIÇÕES
OFERTAM-NOS UM LEQUE DE DOR, NOS QUAIS PASSAMOS A QUERER A ANDAR MAIS
RÁPIDO PARA SOFRER MENOS. E COM MUITA TRISTEZA UNS DESCEM ANTES DO PONTO
NA DESISTÊNCIA DE SI MESMO.
DOR,
DESESPERO E SOLIDÃO COMO BEM RELATADOS EM MATEUS 24 E 25, MARCOS 13 E
LUCAS 21.
AS LÁGRIMAS BROTAM AOS NOSSOS OLHOS, OS NOSSOS PENSAMENTOS
FERVILHAM EM BUSCA DE SOLUÇÕES E COM CENTENAS DE INDAGAÇÕES, OS PÉS
FERIDOS E CANSADOS DE TRILHAR OS CAMINHOS TORTUOSOS QUE ESCOLHEMOS
ATRAVÉS DO NOSSO LIVRE ARBÍTRIO, NOS PERGUNTAMOS O QUE FAZER. MEU DEUS
TENDE PIEDADE DOS HOMENS E NOSSAS PRECES SÃO ATENDIDAS.
ANJOS DESCEM DO CÉU, CAMINHAM ENTRE NÓS, INVADEM O NOSSO SONHO, SE
MOSTRAM EM APARIÇÕES, INSUFLAM NOSSAS EMOÇÕES SUPERIORES, INSPIRAM BONS
PENSAMENTOS E ATENDEM NOS TEMPLOS DE ORAÇÕES. É O ALÍVIO DO CÉU AOS
DESAVISADOS.
E então
diante da destruição, cabe-nos a reconstrução na mudança da rotação do
planeta terra e voltamos de onde havíamos nos perdido – há mais de 2000
anos atrás a seguir as pegadas de Jesus.
E a resposta
à pergunta: O QUE DEVE FAZER?
AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS E AO PRÓXIMO COMO A TI MESMO E
NOS RECORDAMOS DO LIVRO DOS ESPÍRITOS, QUESTÃO 919 NA DISSERTAÇÃO: “UM
SÁBIO DA ANTIGUIDADE VOS DISSE: CONHECE-TE A TI MESMO”. E COMO DAR AO
OUTRO SE NÃO TENHO PARA MIM?
Conhecimento
de si mesmo, autoestima e amor próprio e isso tudo se resume em fé – fé
em mim e em Deus na certeza de que tudo ficará bem.
BUSCAR O EQUILÍBRIO DAS EMOÇÕES, PENSAMENTOS E SENTIMENTOS. O
AUTOCONTROLE E O ABANDONO DA ANSIEDADE QUE REPRESENTAM O MEDO E A INSEGURANÇA,
OU SEJA, FALTA DE FÉ.
É preciso
recorrer a Mateus novamente - 26:41 “VIGIAI E
ORAI, PARA QUE NÃO ENTREIS EM TENTAÇÃO; na verdade, o espírito
está pronto, mas a carne é fraca”. Não há mais tempo para o automatismo e
para a dúvida e sim para o esforço na superação de si mesmo.
RECORREMOS À PRECE CONSOLADORA PELA MANHÃ SEM ANTES SAIR DE CASA,
COMO UMA PROTEÇÃO DIVINA NO APRENDIZADO E SABEDORIA DE MAIS UM DIA.
PRECE DURANTE O DIA COMO SUSTENTAÇÃO PARA NÃO CEDER ÀS TENTAÇÕES E
PRECE AO DEITAR-SE ENTREGANDO SEU ESPÍRITO AO PROTETOR AMIGO PARA QUE NÃO
SIGAMOS EM DIREÇÃO ÀS NOSSAS MÁS TENDÊNCIAS.
EMMANUEL EM
VINHA DE LUZ NOS TRAZ:
“EM QUALQUER POSIÇÃO DE DESEQUILÍBRIO, LEMBRA-TE DE QUE A PRECE
PODE TRAZER-TE SUGESTÕES DIVINAS, AMPLIAR-TE A VISÃO ESPIRITUAL E
PROPORCIONAR-TE CONSOLAÇÕES ABUNDANTES; TODAVIA PARA O SENHOR NÃO BASTAM
AS POSIÇÕES CONVENCIONAIS OU VERBALISTAS.
E O QUE FAZER?
A RESPOSTA
ESTÁ DENTRO DE NÓS.
CHEGA DE PROCURAR LÁ FORA, CHEGA DE ESPERAR O MILAGRE E TRANSFERIR
A RESPONSABILIDADE PARA O OUTRO DAQUILO QUE NÃO ACONTECEU. O CAMINHO É
VOLTAR PARA DENTRO DE NÓS EM FÉ, AMOR E ESPERANÇA, PROMOVENDO O MILAGRE
QUE SOMENTE NÓS SOMOS CAPAZES DE REALIZAR.
OFERTEMOS O NOSSO PARCO AMOR E SEM VERGONHA VAMOS PEDI-LO AO
OUTRO. É O EXERCÍCIO DO PERDÃO, DA PACIÊNCIA E DA TOLERÂNCIA COM NOSSAS
IMPERFEIÇÕES E COM AS IMPERFEIÇÕES DO OUTRO. É O EXTERMÍNIO DO ORGULHO E
DA VAIDADE DESTRUIDORA, DANDO LUGAR À HUMILDADE QUE CONFORTA E ACALENTA
NOSSA ALMA.
É ESTENDER BRAÇOS AMIGOS E SORRISO ACOLHEDOR AOS NOSSOS IRMÃOS
TAMBÉM EM DOR. É TENTARMOS DE UM TUDO PARA IMPEDIRMOS QUE NOSSOS IRMÃOS
DE CAUSA ESPÍRITA E OS IRMÃOS UNIVERSAIS NÃO DESISTAM DE SI E NEM SE
PERCAM, POIS NESTE MOMENTO REPRESENTA UM GRANDE PREJUÍZO, UM ATRASO
MEMORÁVEL NO PROCESSO EVOLUTIVO.
É ABRIR AS PORTAS DAS NOSSAS CASAS ESPÍRITAS FUNDAMENTADAS NO
ESTUDO QUE NOS PROPICIA MUDANÇAS DE HÁBITOS E ATITUDES E ASSIM NOS
JUNTARMOS AO EXERCITO SALVADOR DE JESUS NA SEPARAÇÃO DO JOIO E DO TRIGO.
PROMOVENDO O FORTALECIMENTO DA NOSSA FÉ, AMOR E ESPERANÇA, FACULTADOS
PELO SERVIR.
É PASSAR POR CIMA DAS DECEPÇÕES, DAS TRAIÇÕES, DAS MENTIRAS,
DIFERENÇAS, MÁGOAS E RANCORES E PARTIRMOS JUNTOS EM UMA SÓ DIREÇÃO - A
EVOLUÇÃO. E JUNTOS SOMOS MAIS FORTES PRECISAMOS E PRECISAREMOS SEMPRE UNS
DOS OUTROS, NINGUÉM É SUFICIENTE SOZINHO.
E assim,
aqui estamos. Também superando nossas dores pelas escolhas infelizes e ao
mesmo tempo servindo para aprender e para alimentar a nossa alma sedenta
do mais puro amor fraternal, aquele que faz o bem sem olhar a quem,
destituído de qualquer interesse, a não ser o bem estar dos nossos
irmãos.
É hora de
voltarmos para nós mesmos, é hora de voltar para a nossa essência, é hora
do amor transformador.
E Joanna de
Ângelis, por Divaldo nos orienta:
“A MELHOR MANEIRA, PORTANTO, DE COMPARTILHAR
CONSCIENTEMENTE DA GRANDE TRANSIÇÃO É ATRAVÉS DA CONSCIÊNCIA DE
RESPONSABILIDADE PESSOAL, REALIZANDO AS MUDANÇAS ÍNTIMAS QUE SE TORNEM
PRÓPRIAS PARA A HARMONIA DO CONJUNTO”.
”NENHUMA CONQUISTA EXTERIOR SERÁ LOGRADA SE NÃO PROCEDER DAS
PAISAGENS ÍNTIMAS, NAS QUAIS ESTÃO INSTALADOS OS HÁBITOS. ESSES, DE
NATUREZA PERNICIOSA, DEVEM SER SUBSTITUÍDOS POR AQUELES QUE SÃO
SAUDÁVEIS, PORTANTO, PROPICIATÓRIOS DE BEM-ESTAR E DE HARMONIA
EMOCIONAL”.
(Página
psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no dia 30 de julho de 2006,
no Rio de Janeiro, RJ).
E, Mateus
24:13 “Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo”.
Paz e luz
com Jesus na certeza de que conseguiremos nos superar.
Fraternal Abraço,
Rosangela Pires
Jan/11
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Fonte : Rosangela Pires
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O
QUE ESTA ACONTECENDO? GOSTARIA DE ENTENDER. O QUE DEVO FAZER? GOSTARIA DE
SER ORIENTADO. ENTÃO AQUI ESTÃO AS RESPOSTAS.
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Primeiros raios da Era
Nova
(…) através da escura
nuvem que vos envolve e em cujo seio ronca a tempestade, já podeis ver
despontando os primeiros raios da era nova. A fraternidade
lança seus fundamentos em todos os pontos do globo e os povos estendem uns aos
outros as mãos; a barbárie se familiariza no contacto com a civilização; os preconceitos de
raças e de seitas, que causaram o derramamento de ondas de sangue, se vão
extinguindo; o fanatismo, a intolerância perdem terreno, ao
passo que a liberdade de consciência se introduz nos costumes e
se torna um direito.
Por toda parte fermentam as
idéias; percebe-se o mal e experimentam-se remédios para debelá-lo, mas muitos
caminham sem bússola e se perdem em utopias. O mundo se acha empenhado num
imenso trabalho de gestação que já dura há um século; nesse trabalho, ainda
confuso, nota-se, todavia, que predomina a tendência para determinado fim: o da
unidade e da uniformidade, que predispõem à confraternização.
Também aí tendes sinais dos
tempos. Mas, enquanto que os outros são os das agonias do passado, estes
últimos são os primeiros vagidos da criança que nasce, os precursores da aurora
que o próximo século verá despontar, pois que então a geração nova estará em
toda a sua pujança. Tanto a fisionomia do século dezenove difere da do décimo oitavo,
sob certos pontos de vista, quanto a do vigésimo diferirá da do século
dezenove, sob outros pontos de vista.
A fé inata será um dos
caracteres distintivos da nova geração, não a fé exclusiva e cega que divide os
homens, mas a fé raciocinada, que esclarece e fortifica, que os une e confunde
num sentimento comum de amor a Deus e ao próximo. Com a geração que se extingue
desaparecerão os últimos vestígios da incredulidade e do fanatismo, igualmente
contrários ao progresso moral e social.
O Espiritismo é a senda que
conduz à renovação, porque destrói os dois maiores obstáculos que se opõem a
essa renovação: a incredulidade e o fanatismo; porque faculta uma
fé sólida e esclarecida; desenvolve todos os sentimentos e todas as idéias que
correspondem aos modos de ver da nova geração, pelo que, no coração dos
representantes desta, ele se achará inato e em estado de intuição. Assim, pois,
a era nova vê-lo-á engrandecer-se e prosperar pela força mesma das coisas.
Tornar-se-á a base de todas as crenças, o ponto de apoio de todas as
instituições.
Mas, daqui até lá, que de
lutas terá ainda de sustentar contra os seus dois maiores inimigos: a
incredulidade e o fanatismo que — coisa singular! — se dão as mãos para
abatê-lo. É que os dois lhe pressentem o futuro e, em conseqüência, a ruína de
ambos. Essa a razão por que o temem; já o vêem erguendo, sobre os destroços do
velho mundo egoísta, a bandeira em torno da qual se reunirão todos os povos. Na
divina máxima: Fora da caridade não há salvação, eles lêem a sua própria
condenação, porquanto essa máxima é o símbolo da nova aliança fraternal
proclamada pelo Cristo. Ela se lhes apresenta como as palavras fatais do festim
de Baltazar. Entretanto, deveriam bendizer essa máxima, porquanto os defende de
todas as represálias da parte dos que os perseguem. Tal, porém, não se dá: uma
força cega os impele a rejeitar a única coisa capaz de salvá-los.
Que poderão contra o
ascendente da opinião que os repudia? O Espiritismo sairá triunfante da luta,
ficai certos, porquanto ele está nas leis da Natureza, não podendo, por isso
mesmo, perecer. Observai a multiplicidade de meios por que a idéia se espalha e
penetra em toda parte; crede que esses meios não são fortuitos, mas
providenciais. O que, à primeira vista, devera ser-lhe prejudicial é exatamente
o que lhe auxilia a propagação.
Extraído de “Obras Póstumas”,
de Allan Kardec. Editora FEB – Federação Espírita Brasileira.
QUALQUER SEMELHANÇA COM OS DIAS DE HOJE NÃO TERÁ SIDO MERA
COINCIDÊNCIA.
OS SINAIS DOS TEMPOS
"Ao sair Jesus do templo, disse-lhe um dos seus discípulos:
Olha, Mestre, que pedras e que edifícios!
Disse-lhe Jesus: Vê estes grandes edifícios? Não ficará pedra sobre pedra que não
seja derrubada.
"Estando ele sentado no Monte das Oliveiras, defronte do templo,
perguntaram-lhe em particular Pedro, Tiago e João e André:
Dize-nos quando sucederão estas coisas, e que sinal haverá quando
elas estiverem para se cumprir?
Então Jesus começou a dizer-lhes: Vede que ninguém vos engane.
Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu, e enganarão a muitos.
Quando porém, ouvirdes falar de guerras, e rumores de guerras, não
vos assusteis: porque é necessário que assim aconteça mas não é ainda o fim. Pois se levantará
nação contra nação, e reino contra reino. Haverá terremotos em vários lugares,
e haverá fomes: estas coisas são o princípio das dores. Estais vós de sobreaviso; pois vos hão de entregar aos tribunais e
sereis açoitados nas sinagogas, e haveis de comparecer diante dos reis e
governadores por minha causa, para lhes servir de testemunho.
Mas é necessário que primeiro o
Evangelho seja pregado a todas as nações. E quando
vos conduzirem para vos entregar, não vos preocupeis com o que haveis de dizer,
mas falai o que vos for dado naquela hora, porque não sois vós os que falais,
mas o Espírito Santo. Um irmão entregará à morte a seu irmão e um pai a seu
filho; e os filhos se levantarão contra seus pais e os farão morrer. Sereis
também odiados de todos por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até o
fim será salvo.
"Quando, porém, virdes a abominação da desolação estar onde
não deve (quem lê entenda), então os que estiverem na Judéia fujam para os
montes; o que se achar no eirado, não desça e nem entre para tirar as coisas de
sua casa; e o que estiver no campo, não volte para tomar sua capa. Mas ai das
que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias! Rogai que não
suceda isso no inverno; porque aqueles dias serão de tribulação, tal qual nunca
houve deste o princípio da criação por Deus feita até agora, nem haverá jamais.
E se o Senhor não abreviasse aqueles dias, ninguém seria salvo; mas por causa
dos eleitos, que ele escolheu, os abreviou.
"Então se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! ou: Ei-lo
acolá! Não acrediteis; levantar-se-ão falsos Cristos e falsos profetas, e farão
milagres e prodígios, para enganar os eleitos se possível fora. Estais vós de
sobreaviso; de antemão vos tenho dito todas as coisas.
"Mas naqueles dias, depois daquela atribulação, o Sol
escurecerá, a Lua não dará mais claridade, as estrelas cairão do céu e as
potestades celestes serão abaladas. Então se há de ver o Filho do Homem vindo
nas nuvens com grande poder e glória. E ele enviará os anjos e ajuntará os seus
eleitos dos quatro ventos, da extremidades da Terra à extremidade do céu".
(Marcos, XIII, 1-27)
Este trecho do Evangelho, provavelmente da última fase da vida de
Jesus, é digno do nosso estudo e atenção.
Já o Mestre havia lançado o seu libelo contra os escribas e
fariseus, os cegos guias de cegos, que erigiam os sepulcros dos profetas a quem
seus pais haviam trucidado; aos traficantes das graças de Deus;
aos vendilhões do templo.
Ele já havia lamentado Jerusalém, que matava os profetas e
enviados que transpunham suas portas quando, ao chamarem os discípulos sua
atenção para as grandezas do templo, aproveitou-se da oportunidade para
proferir, perante eles, o seu Sermão Profético, como o chamam os Evangelhos.
Foi nessa ocasião que Jesus falou aos discípulos dos tempos que
haviam de chegar e das ocorrências que se desenrolariam no mundo, até a
iniciação de uma nova fase de vida para a Humanidade.
Sem outro exórdio que pudesse desviar a atenção dos admiráveis painéis por meio
dos quais mostrou aos que o cercavam os fatos que se desenrolariam depois da
sua passagem para a espiritualidade, começou Jesus a falar do grande e suntuoso Templo de Jerusalém, do qual não ficaria pedra sobre
pedra.
Era este o sinal maior dos acontecimentos que estavam próximos, e foi
justamente o que se realizou.
Do Templo de Jerusalém , não ficou pedra sobre pedra, como também não ficará
pedra sobre pedra de todos os monumentos que o orgulho, a vaidade e o egoísmo
humano edificaram em nome de Deus!
Grande era a missão que cumpria ao Mestre levar a termo, e de retirada do
Templo onde ele havia apostrofado os sacerdotes, o Mestre seguira para o Monte
das Oliveiras, sítio predileto onde, por várias vezes, se tinha reunido com os
seus discípulos, mostrando-lhes do alto do pico, cuja vista abrangia extensos
horizontes, as belezas da Natureza matizada pelos reflexos do Sol.
Sentado na relva, melancólico e pensativo, começou então o Mestre
a responder às perguntas daqueles que deveriam apostolar a sua causa, salientando
os fatos que assinalariam o fim dos tempos do
mundo sacerdotal, que precederia o início do mundo espiritual, ou seja da fase iniciativa do reinado
do Espírito sobre a matéria.
Tomando como símbolo das grandezas humanas o Templo de Jerusalém,
Jesus fez ver a seus discípulos que todas essas
pompas luxuosas, que adormecem o Espírito e aniquilam o sentimento, distraem os
homens de seus deveres para com Deus e o próximo, impedindo as almas de
cumprirem seus deveres evangélicos.
O Mestre já havia também predito os grandes martírios que teria de sofrer,
predições que se realizaram à letra; mas que tudo isso era preciso que se
cumprisse; e que ele voltaria ao mundo no tempo da restauração final da sua
palavra. Mas, antes disso, o mundo teria de
passar por grandes transformações e a Humanidade por grandes sofrimentos.
Perguntando-lhe os discípulos a época em que ocorreriam esses acontecimentos,
Jesus começou por ensiná-los a raciocinar, ensinando-lhes a discernir os homens
e os Espíritos, a fim de poderem distinguir os tempos preditos.
"Cuidado! Ninguém vos engane, porque muitos virão em meu nome dizendo: eu
sou o Cristo, e enganarão a muitos.
"Se alguém vos disser: eis
aqui o Cristo ou ei-lo ali, não acrediteis; porque hão de levantar-se falsos
Cristos e falsos profetas e mostrarão tais sinais e milagres que, se fora
possível, enganariam até os escolhidos.
"Se disserem que o Cristo está no deserto, não saiais; se disserem que
está no interior da casa não acrediteis, porque assim como o relâmpago sai do Oriente
para o Ocidente, assim será a vinda do Filho do Homem".
Com esta exposição Jesus fez ver que a sua vinda não seria como
daquela vez, em que fora crucificado; viria em Espírito, presidindo o grande
movimento de espiritualização do mundo, tal como se está verificando sob os
auspícios do Espiritismo!
Frisou bem os mistificadores, que apresentariam o
"Cristo" fechados em câmaras e no interior das casas, assim como os
que aparecem nos desertos, arrebatam multidões curiosas e constituem redutos de
fanáticos.
E foi só depois de bem exaltar o sentimento e o raciocínio de seus discípulos,
que o Filho de Deus julgou acertado narrar as
dores por que o mundo teria de passar e as lutas que seus seguidores teriam de
sustentar na obra da regeneração humana.
"Haveis, primeiramente, de ouvir rumores de guerra, mas não
vos assusteis, porque não é ainda nessa ocasião que virá o fim, pois
levantar-se-á nação contra nação, reino contra reino, e haverá fome e
terremotos em vários lugares; mas tudo isso é o princípio das dores".
Esta predição está realizada e continua a se verificar; as guerras
que têm assolado ultimamente o planeta não deixam dúvida sobre a realização da
previsão. Os ataques contra a palavra apostólica, levando os divulgadores da fé
aos tribunais, têm continuado desde os primeiros tempos do Cristianismo.
Desde os tempos de Nero, prosseguindo sempre, estendendo-se à
alçada da Igreja de Roma, que entregava os "hereges" ao braço forte
para lhes serem infligidos os maiores suplícios, a história dos inquisidores e
da Inquisição, compondo páginas de sangue na História da Humanidade, deixam ver
claramente o cumprimento também desse trecho do Evangelho.
A Grande Guerra de 1914-18, que fez mais de 30 milhões de
vítimas; a grande peste que levou outras tantas ou ainda mais; as lutas que
fervilham em todo o mundo não são mais que os sinais característicos, preditos
pelo nazareno, do fim dos tempos em que o mundo terá de passar por uma completa
reforma no que se refere à moral.
Jesus acrescentou que, em virtude da iniqüidade a que os homens se
entregariam, o amor se esfriaria e não haveria mais caridade; os afetos se
extinguiriam e o caráter se abastardaria.
É o que estamos vendo por toda a parte! O luxo, as pompas, a
ganância do ouro, o desejo da multiplicação de fortunas; o egoísmo endeusado; e
de outro lado, o desprezo para com os necessitados, para com os enfermos e
abandonados!
Em vez de hospitais, erguem-se igrejas; em vez de casas de
instrução, constroem-se cadeias; em vez de luz, a Humanidade veste-se de
trevas!
Um dos mais característicos "sinais dos tempos" é a
pregação do Evangelho, como está escrito:
"Este Evangelho será pregado pelo mundo todo; então virá o
fim". Graças ao Espiritismo, ou seja, aos Espíritos da Verdade, este
convite para seguir a Cristo se está realizando como um aviso amoroso da vinda,
em Espírito, de Jesus, que restabelecerá na Terra o reinado do Espírito.
A pregação do Evangelho é o machado posto à raiz das árvores infrutíferas. É a
exortação à regeneração dos costumes para a espiritualização dos homens.
Outro característico igual é: "a abominação da desolação predita pelo profeta Daniel, que se
havia de verificar no lugar santo".
É fato bem patente aos olhos de todos: o que os homens chamam lugar
santo são as igrejas; e não há quem conteste a desolação que lavra nas igrejas!
Que é atualmente religião? Nada. O que é uma igreja? Um lugar abominável, onde se pode encontrar tudo menos amor a
Deus, caridade, amor ao próximo, respeito, moral!
A igreja atual é um ponto de diversão como qualquer outro, é um
botequim de festas onde se mercadejam frangos e leitões.
Que é a religião do povo, hoje?
Onde está a fé, a esperança, a caridade, que unem, sustentam,
amparam e elevam a massa popular? O que há são tráficos de missas, tráficos de
batismos, tráficos de casamentos, tráficos de nascimentos e tráficos de mortos!
Tudo é mercadoria, tudo se vende na religião do povo, tudo se mercadeja nas igrejas
dessa Babilônia!
A imortalidade, a comunhão das almas e dos santos, desapareceu
do Credo; o diabo venceu a divindade: o Inferno tragou o Céu!
Não há crença, não há fé; para a massa do povo, tudo termina com
a morte; a igreja proclamou: pulvis est, et in pulveris reverteris, "és pó
e ao pó tornarás", spiritus qui vales non redit. "Os mortos não
retornam ". O túmulo é então, a última palavra da vida! Eis o sinal certo
do fim dos tempos; eis a desolação e a abominação, predita por Jesus, imperando
no "lugar santo"!
As últimas predições do Mestre, exaradas no referido capítulo, versam sobre os
fenômenos físicos, os sinais no céu. Todos dizem:
"o tempo está mudado". De fato, o tempo está mudado e essa mudança
foi predita por Jesus há quase dois mil anos, para assinalar o fim do mundo da
carne e o advento do mundo do Espírito.
Finalmente, diz o texto: "As estrelas cairão do céu e as potestades serão
abaladas".
Essas estrelas mais não são que os Espíritos superiores, que viriam tomar parte
nessa restauração, mesmo porque só eles serão capazes de abalar as potestades,
os governos civis e religiosos, da Terra e do espaço, que conduziram os homens
à degradação em que se acham!
Eles vêm ajuntar os escolhidos dos quatro ventos e chamá-los a formar esse
reino desejado, que pedimos cotidianamente ao Senhor no Pai Nosso.
Vamos concluir, aconselhando o leitor a tomar um lugar nas
fileiras do Cristo, porque só assim ficará resguardado dos males futuros que
farão ruir o mundo velho com suas paixões, para, removidos os escombros,
erguer-se em cada alma uma cátedra onde o Espírito da Verdade possa pontificar!
Cairbar Schutel
- Parábolas e Ensinamentos de Jesus
Caírbar Schutel
Nascido
na cidade do Rio de Janeiro, a 22 de setembro de 1868 e desencarnado em Matão,
Estado de S. Paulo, no dia 30 de janeiro de 1938.
Regeneração da Humanidade
25 DE ABRIL DE 1866.
(Paris, resumo das comunicações
dadas pelos srs. M... e T... em sonambulismo.)
OS ACONTECIMENTOS SE PRECIPITAM COM RAPIDEZ, TAMBÉM NÃO DIZEMOS
MAIS, COMO OUTRORA: "OS TEMPOS ESTÃO PRÓXIMOS"; DIZEMO-VOS AGORA:
"OS TEMPOS SÃO CHEGADOS."
POR ESTAS PALAVRAS NÃO ENTENDEIS UM NOVO DILÚVIO, NEM UM
CATACLISMO, NEM UM TRANSTORNO GERAL. CONVULSÕES PARCIAIS DO GLOBO OCORREM EM
TODAS AS ÉPOCAS, E SE PRODUZEM AINDA, PORQUE SE LIGAM À SUA CONSTITUIÇÃO, MAS
ESSES NÃO SÃO OS SINAIS DOS TEMPOS.
No entanto, tudo o que está predito no Evangelho deve se cumprir e
se cumpre neste momento, assim como o conhecereis mais tarde; mas não tomeis os
sinais anunciados senão como figuras, das quais é preciso apreender o espírito
e não a letra. Todas as Escrituras encerram grandes verdades sob o véu
da alegoria, e é porque os comentaristas se ligam à letra que se extraviaram.
Falta-lhes a chave para delas compreenderem o verdadeiro sentido. Essa chave
está nas descobertas da ciência e nas leis do mundo invisível, que o
Espiritismo vem nos revelar. Doravante, com a ajuda desses novos conhecimentos,
o que era obscuro se tornará claro e inteligível.
TUDO SEGUE A ORDEM NATURAL DAS COISAS, E AS LEIS IMUTÁVEIS DE DEUS
NÃO SERÃO NUNCA INVERTIDAS. NÃO VEREIS, POIS, NEM MILAGRES, NEM PRODÍGIOS, NEM
NADA DE SOBRENATURAL NO SENTIDO VULGAR LIGADO A ESSAS PALAVRAS.
Não olheis para o céu para nele procurar os sinais precursores,
porque nele nada vereis, e aqueles que vo-los anunciaram vos enganaram; mas
olhai ao redor de vós, entre os homens, será aí que os encontrareis.
Não sentis como um vento que sopra sobre a Terra e agita todos os
Espíritos? O mundo está numa espera e como tomado de um vago pressentimento da
aproximação da tempestade.
NÃO CREDES, NO ENTANTO, NO FIM DO MUNDO MATERIAL; A TERRA PROGREDIU
DESDE A SUA TRANSFORMAÇÃO; DEVE PROGREDIR AINDA, E NÃO SER DESTRUÍDA. MAS A
HUMANIDADE CHEGOU A UM DE SEUS PERÍODOS DE TRANSFORMAÇÃO, E A TERRA VAI SE
ELEVAR NA HIERARQUIA DOS MUNDOS.
NÃO É, POIS, O FIM DO MUNDO MATERIAL QUE SE PREPARA, MAS O FIM DO
MUNDO MORAL: É O VELHO MUNDO, O MUNDO DOS PRECONCEITOS, DO EGOÍSMO, DO ORGULHO
E DO FANATISMO QUE DESABA; CADA DIA LEVA-LHE ALGUNS RESÍDUOS. TUDO ACABARÁ PARA
ELE COM A GERAÇÃO QUE DELE SE VAI, E A GERAÇÃO NOVA ELEVARÁ O NOVO EDIFÍCIO QUE
AS GERAÇÕES SEGUINTES CONSOLIDARÃO E COMPLETARÃO.
De mundo de expiação, a Terra está chamada a se tornar, um dia, um
mundo feliz, e sua habitação será uma recompensa, em lugar de ser uma punição.
O reino do bem deve nela suceder ao reino do mal.
PARA QUE OS HOMENS SEJAM FELIZES SOBRE A TERRA, É NECESSÁRIO QUE
ELA NÃO SEJA POVOADA SENÃO POR BONS ESPÍRITOS, ENCARNADOS E DESENCARNADOS, QUE
NÃO QUERERÃO SENÃO O BEM. TENDO CHEGADO ESSE TEMPO, UMA GRANDE EMIGRAÇÃO SE
CUMPRIRÁ, NESSE MOMENTO, ENTRE AQUELES QUE A HABITAM; AQUELES QUE FAZEM O MAL
PELO MAL, QUE O SENTIMENTO DO BEM NÃO TOCA, NÃO SENDO MAIS DIGNOS DA
TERRA TRANSFORMADA, DELA SERÃO EXCLUÍDOS, PORQUE NELA LEVARIAM, DE NOVO, A
PERTURBAÇÃO E SERIAM UM OBSTÁCULO AO PROGRESSO. IRÃO EXPIAR O SEU ENDURECIMENTO
EM MUNDOS INFERIORES, ONDE LEVARÃO OS SEUS CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS, E QUE
TERÃO POR MISSÃO FAZÊ-LOS AVANÇAR. SERÃO SUBSTITUÍDOS NA TERRA POR ESPÍRITOS
MELHORES, QUE FARÃO REINAR, ENTRE ELES, A JUSTIÇA, A PAZ E A FRATERNIDADE.
A TERRA, DISSEMOS, NÃO DEVE SER TRANSFORMADA POR UM CATACLISMO QUE
ANIQUILARIA SUBITAMENTE UMA GERAÇÃO. A GERAÇÃO ATUAL DESAPARECERÁ,
GRADUALMENTE, E A NOVA LHE SUCEDERÁ IGUALMENTE SEM QUE NADA SEJA MUDADO NA
ORDEM NATURAL DAS COISAS. TUDO SE PASSARÁ, POIS, EXTERIORMENTE, COMO DE HÁBITO,
COM ESTA ÚNICA DIFERENÇA, MAS ESSA DIFERENÇA É CAPITAL, DE QUE UMA PARTE DOS
ESPÍRITOS QUE AÍ SE ENCARNAM NELA NÃO SE ENCARNARÃO MAIS. NUMA CRIANÇA QUE
NASÇA, EM LUGAR DE UM ESPÍRITO ATRASADO E LEVADO AO MAL, QUE NELA ESTARIA
ENCARNADO, SERÁ UM ESPÍRITO MAIS AVANÇADO E LEVADO AO BEM. TRATA-SE,
POIS, BEM MENOS DE UMA NOVA GERAÇÃO CORPORAL DO QUE DE UMA NOVA GERAÇÃO DE
ESPÍRITOS. ASSIM, AQUELES QUE ESPERAM VER AS TRANSFORMAÇÕES SE OPERAREM POR
EFEITOS SOBRENATURAIS E MARAVILHOSOS, ESTARÃO DECEPCIONADOS.
A época atual é de transição; os elementos das duas gerações se
confundem. Colocados no ponto intermediário, assistis à partida de uma e à
chegada da outra, e cada uma se assinala já no mundo pelos caracteres que lhe
são próprios.
As duas gerações, que sucedem uma à outra, têm idéias e objetivos
muito opostos. Pela natureza das disposições morais, mas sobretudo pelas
disposições intuitivas e inatas, e fácil distinguir a qual das duas
pertence cada indivíduo.
A nova geração, devendo fundar a era de progresso
moral, se distingue por uma inteligência e uma razão geralmente
precoces, unidas ao sentimento inato do bem e das crenças
espiritualistas, o que é o sinal indubitável de um certo grau de adiantamento
anterior. Ela não será composta exclusivamente de Espíritos eminentemente
superiores, mas daqueles que, tendo já progredido, estão predispostos a
assimilar todas as idéias progressistas e aptos a secundar o movimento
regenerador.
O que distingue, ao contrário, os Espíritos atrasados, é primeiro a
revolta contra Deus, pela negação da Providência e de todo poder superior à
Humanidade; depois a propensão instintiva para as paixões degradantes,
para os sentimentos antifraternais do orgulho, do ódio, do ciúme, da cupidez,
enfim, a predominância do apego para tudo o que é material.
São esses vícios dos quais a Terra deve ser purgada, pelo
afastamento daqueles que recusam se emendar, porque são incompatíveis com o
reino da fraternidade e que os homens de bem sofrerão sempre pelo seu contato.
A Terra deles será libertada, e os homens caminharão sem entraves para um
futuro melhor, que lhes está reservado nesse mundo, como prêmio de seus
esforços e de sua perseverança, esperando que uma depuração ainda mais completa
lhes abra a entrada dos mundos superiores.
Por essa migração de Espíritos, não é preciso entender que todos
os Espíritos retardatários serão expulsos da Terra, e relegados para mundos
inferiores. Muitos cederam ao arrastamento das circunstâncias e do exemplo; a
casca neles era pior do que o fundo. Uma vez subtraídos à influência da
matéria, e dos preconceitos do mundo corporal, a maioria verá a coisa de maneira
toda diferente do que quando vivos, assim como tendes disso numerosos exemplos.
Nisso são ajudados pelos Espíritos benevolentes que se interessam por eles, e
que se apressam em esclarecê-los e mostrar-lhes o falso caminho que seguiram.
Pelas vossas preces e as vossas exortações, vós mesmos podeis contribuir para o
seu adiantamento, porque há solidariedade perpétua entre os mortos e os
viventes.
Aqueles poderão, pois, retornar, e nela serão felizes, porque isso
será uma recompensa. Que importa o que foram e o que fizeram, se estão animados
de melhores sentimentos! Longe de serem hostis à sociedade e ao progresso,
serão auxiliares úteis, porque pertencerão à nova geração.
Não haverá, pois, exclusão definitiva senão para os Espíritos
essencialmente rebeldes, aqueles que o orgulho e o egoísmo, mais do que a
ignorância, tornaram surdos à voz do bem e da razão. Mas aqueles mesmos não
estão votados a uma inferioridade perpétua, e um dia virá em que repudiarão o
seu passado e abrirão os olhos à luz.
Pedi, pois, por esses endurecidos, a fim de que se emendem
enquanto ainda têm tempo, porque o dia da expiação se aproxima.
Infelizmente, a maioria, desconhecendo a voz de Deus, persistirá
em sua cegueira, e sua resistência marcará o fim de seu reino por lutas
terríveis. Em seu desvio, eles mesmos correrão para a sua perda; levarão à
destruição que engendrará uma multidão de flagelos e de calamidades, de sorte
que, sem o querer, apressarão o advento da era da renovação.
E, como se a destruição não caminhasse bastante rápida, ver-se-ão os
suicídios se multiplicarem, numa proporção inaudita, até entre as crianças. A
loucura jamais terá ferido um maior número de homens que serão, antes da morte,
riscados do número dos vivos. Estão aí os verdadeiros sinais dos tempos. E tudo
isso se cumprirá pelo encadeamento das circunstâncias, assim como dissemos, sem
que sejam em nada derrogadas as leis da Natureza.
No entanto, através da nuvem sombria que vos envolve, e no seio da
qual ronca a tempestade, já vedes despontar os primeiros raios da era nova! A
fraternidade põe os seus fundamentos sobre todos os pontos do globo e os povos
se estendem as mãos; a barbárie se familiariza ao contato da civilização; os
preconceitos de raça e de seitas, que fizeram verter ondas de sangue, se
extinguem; o fanatismo, a intolerância, perdem terreno, ao passo que a
liberdade de consciência se introduz nos costumes e se torna um direito. Por
toda a parte as idéias fermentam; vê-se o mal e se tentam remédios, mas muitos
caminham sem bússola e se desviam nas utopias. O mundo está num imenso trabalho
de criação, que irá durar um século; nesse trabalho, ainda confuso, vê-se,
entretanto, dominar uma tendência para um objetivo: o da unidade e da
uniformidade que predispõem à fraternidade.
Ainda aí estão os sinais dos tempos; mas, ao passo que os outros
são os da agonia do passado, estes últimos são os primeiros vagidos da criança
que nasce, os precursores da aurora que o século próximo verá erguer-se, porque
então a nova geração estará em toda a sua força. Tanto a fisionomia do século
XIX difere da do XVIII em certos pontos de vista, tanto a do vigésimo século
será diferente do décimo-nono em outros pontos de vista.
Um dos caracteres distintivos da nova geração será a fé inata; não a fé
exclusiva e cega que divide os homens, mas a fé raciocinada que esclarece e
fortalece, que os une e os confunde num comum sentimento de amor a Deus e ao
próximo. Com a geração que se extingue desaparecerão os últimos vestígios da
incredulidade e do fanatismo, igualmente contrários ao progresso moral e
social.
O Espiritismo é o caminho que conduz à renovação, porque arruína
os dois maiores obstáculos que a ele se opõe: a incredulidade e o fanatismo;
desenvolve todos os sentimentos e todas as idéias que correspondem aos
objetivos da nova geração; por isso é como inato e no estado de intuição no
coração de seus representantes. A nova era vê-lo-á, pois, aumentar e prosperar
pela própria força das coisas. Tornar-se-á a base de todas as crenças, o ponto
de apoio de todas as instituições.
Mas daqui até lá, quantas lutas terá ainda que sustentar contra os
seus dois maiores inimigos: a incredulidade e o fanatismo, coisa bizarra, se
dão as mãos para abatê-lo! Pressentem seu futuro e sua ruína: é por isso que o
temem porque o vêem já plantar, sobre as ruínas do velho mundo egoísta, a
bandeira que deve reunir todos os povos. Na divina máxima: Fora da caridade
não há salvação lêem a sua própria condenação, porque é o símbolo da nova
aliança fraternal proclamada pelo Cristo. Mostra-se a eles como as palavras
fatais do festim de Baltazar. E, todavia, essa máxima, deveriam bendizê-la,
porque ela lhes garante de todas as represálias da parte daqueles que
perseguem. Mas não, uma força cega os impele a rejeitar o que somente poderia
salvá-los!
Que poderão contra o ascendente da opinião que os repudia? O
Espiritismo sairá triunfante da luta, disso não duvideis, porque está nas leis
da Natureza, e por isso mesmo é imperecível. Vede por qual multidão de meios a
idéia se difunde e penetra por toda parte; crede bem que esses meios não são
fortuitos, mas providenciais; o que, à primeira vista, pareceria dever lhe
prejudicar, é precisamente o que ajuda a sua propagação.
Logo ver-se-á surgirem os lutadores altamente devotados entre os
mais consideráveis e os mais reputados, que o apoiarão com a autoridade de seu
nome e de seu exemplo, e imporão silêncio aos seus detratores, porque não se
ousará mais tratá-los de loucos. Esses homens estudam no silêncio e se
mostrarão quando o momento propício chegar. Até lá, é útil que se mantenham à
parte.
Logo também vereis as artes nele haurir como numa mina fecunda, e
traduzir seus pensamentos e os horizontes que descobrem pela pintura, pela
música, pela poesia e pela literatura. Foi-vos dito que haveria um dia uma arte
espírita, como houve a arte pagã e a arte cristã, e é uma grande verdade,
porque os maiores gênios nele se inspirarão. Logo vereis os seus primeiros
esboços, e mais tarde tomará o lugar que deve ter.
Espíritas, o futuro é vosso e de todos os homens de coração e de
devotamento. Não temais os obstáculos, porque não há nenhum deles que possa
entravar os desígnios da Providência. Trabalhai sem descanso, e agradecei a
Deus por vos haver colocado na vanguarda da nova falange. É um posto de honra
que vós mesmos pedistes, e do qual é preciso vos tornar dignos pela vossa
coragem, vossa perseverança e vosso devotamento. Felizes aqueles que sucumbiram
nessa luta contra a força; mas a vergonha será, no mundo dos Espíritos, para
aqueles que sucumbirem por fraqueza ou pusilaminidade. As lutas, aliás, são
necessárias para fortalecer a alma; o contato do mal faz apreciar melhor as
vantagens do bem. Sem as lutas que estimulam as faculdades, o Espírito se
deixaria ir para uma negligência funesta ao seu adiantamento. As lutas contra
os elementos desenvolvem as forças físicas e a inteligência; as lutas contra o
mal desenvolvem as forças morais.
A terra constitui-se (...)
inferno dos evoluídos e, talvez, em paraíso dos involuídos adequados a esse
ambiente.
Livro:
A Nova Civilização do Terceiro Milênio
Pietro Ubaldi
Fundação Pietro Ubaldi
A transição da Terra
EXTRAÍDOS DO LIVRO : J. Herculano
Pires – No Limiar do Amanhã
“Li, em livros, que o eixo magnético da Terra
e o eixo geográfico estão se aproximando, para se unificarem, e que em cada cem
anos há aproximação de dois graus, entre os dois pólos, Norte e Sul.
Eu recebi uma explicação, de um professor
espírita, de que no momento em que os eixos geográficos e magnéticos da Terra
se encontrarem, entraremos no ano 1989, havendo então grandes modificações na
estrutura física da Terra, seguidas de terremotos, maremotos, e será o momento
em que a Terra iniciará nova evolução, dando fim à era de expiação, passando a
Planeta de Regeneração, e quem não conseguir atingir a moralidade e a
intelectualidade suficientes, para acompanhar esse novo ritmo de vida, será
transmigrado para um planeta inferior e viverá nesse planeta até que consiga
superar esta imperfeição, dando fim à era de expiação, passando a Planeta de
Regeneração, para dar prosseguimento à sua evolução.
Acontecerá como aconteceu com o
Planeta Capela, no passado. Essa explicação que recebi é verdadeira,
professor?”
A explicação que o senhor recebeu está
confusa, misturando elementos que não se ajustam ao Espiritismo. O problema das
modificações do eixo da Terra é um problema de ordem astronômica
e geológica. É um problema que não pertence
ao Espiritismo.
Espiritismo é a ciência do
Espírito. Essa determinação precisa, do ano de 1989, para que se iniciem
catástrofes geológicas terríveis, que marcarão indícios do fim do mundo, em
nosso planeta, é uma dessas profecias apocalípticas que, através dos tempos,
vêm se anunciando e, na verdade, correspondem apenas a processos imaginativos.
É verdade que o planeta vai passar
e está passando de mundo de provas e expiações para mundo de regeneração. Mas
essa transição, como todas as transições importantes que se efetuam na Natureza,
processa-se de maneira lenta, através das leis naturais.
O senhor encontrará no livro Obras Póstumas,
de Allan Kardec, uma explicação muito interessante sobre esse problema. Quando se falava sobre a transição da Terra, Kardec perguntou
aos Espíritos se realmente teríamos que passar por grandes catástrofes
geológicas nessa transição. E os Espíritos lhe responderam:
Não.
Catástrofes geológicas não, porque
elas ocorreram naquelas proporções diluvianas, de que nos fala, por exemplo, a
Bíblia. Elas ocorreram, realmente, até mais intensas, mais profundas, mais
terríveis, quando o planeta ainda não estava consolidado, quando o mesmo estava
na fase de formação.
Atualmente, a Terra é um mundo
consolidado, na sua estrutura.
Um mundo que amadureceu e que está
se desenvolvendo, no sentido de prosseguir no caminho do seu aperfeiçoamento.
Haverá, isto sim – responderam os
Espíritos a Kardec –, grandes catástrofes morais, que
abalarão os povos, que sacudirão as nações.
Essas catástrofes nós estamos vendo agora
mesmo, diante de nossos olhos, no mundo inteiro. Esta profecia, sim, realmente
se realizou.
As profecias apocalípticas,
referentes a essas catástrofes tremendas, decorrem de processos puramente
imaginativos.
Basta lembrarmos o seguinte:
quando o nosso mundo se aproximava do ano 1000, da Era Cristã, muitas pessoas
se suicidaram. Houve verdadeiros processos cármicos entre os povos, não
provocados por catástrofes, mas pela ignorância e desespero humanos, porque anunciavam
que, do ano 1000 a Terra não passaria. E já passou.
Agora, revocam-se essas lendas. E criam-se
novos temores, devido à proximidade da passagem para o ano 2000. Não
chegaremos, todos, até ele, mas muitas das pessoas aqui vivas na Terra
chegarão.
E verão que tudo transcorreu de maneira
tranqüila, serena, através dos processos naturais da evolução.
Como Kardec ensinou, o mundo evolui através
das sucessões das gerações.
As gerações que libertarão a Terra
dos sistemas errôneos da vida irão desaparecendo, naturalmente.
Outras gerações vão surgindo, com
novas idéias. Herdeira da cultura adquirida das gerações anteriores, trazem
dentro de si mesmas (porque se constituem de Espíritos reencarnados) aptidões
bastante desenvolvidas, para renovarem a cultura da Terra e auxiliarem a sua
transformação, em todos os sentidos.
Essas gerações, as gerações
humanas, construirão na Terra um novo mundo. E, na verdade, já o estão
construindo. Nós vemos ao nosso redor que o mundo antigo está em derrocada. A
civilização envelhecida está em processo de morte, de agonia, porque uma
civilização nova vai surgir. Mas esta civilização nova não surgirá sob o
alvorecer das novas gerações, pois estas é que terão a responsabilidade de
construir um mundo novo na Terra.
Não se impressione, caro
ouvinte, com essas afirmações.
Ninguém na Terra está em condições
de fixar data para uma grande catástrofe. É verdade que existe o dom da
profecia. Mas existem limites para esse dom. E no tocante ao problema da
evolução terrena, de acordo com a Doutrina Espírita, todas essas ameaças são
simplesmente imaginárias e absurdas.
Eu quero oferecer ao senhor um exemplar de O
Livro dos Espíritos, de Allan Kardec. Nesse livro, o senhor poderá estudar com
firmeza e clareza, o processo da evolução da Terra.
Ob. E não o que estamos vendo
todos os dias. Pessoas de reputação até então ilibada caindo desastradamente em
escândalos de corrupção,etcc...?
A GERAÇÃO NOVA
27. - Para que na Terra sejam
felizes os homens, preciso é que somente a povoem Espíritos bons, encarnados e
desencarnados, que somente ao bem se dediquem. Havendo chegado o tempo, grande
emigração se verifica dos que a habitam: a dos que praticam o mal pelo mal,
ainda não tocados pelo sentimento do bem, os quais, já não sendo dignos do
planeta transformado, serão excluídos, porque, senão, lhe ocasionariam de novo
perturbação e confusão e constituiriam obstáculo ao progresso. Irão expiar o
endurecimento de seus corações, uns em mundos inferiores, outros em raças
terrestres ainda atrasadas, equivalentes a mundos daquela ordem, aos quais
levarão os conhecimentos que hajam adquirido, tendo por missão fazê-las
avançar. Substituí-los-ão Espíritos melhores, que farão reinem em seu seio a
justiça, a paz e a fraternidade.
A Terra,
no dizer dos Espíritos, não terá de transformar-se por meio de um cataclismo
que aniquile de súbito uma geração. A atual desaparecerá gradualmente e a nova
lhe sucederá do mesmo modo, sem que haja mudança alguma na ordem natural das
coisas.
Tudo, pois, se processará
exteriormente, como sói acontecer, com a única, mas capital diferença de que
uma parte dos Espíritos que encarnavam na Terra aí não mais tornarão a
encarnar. Em cada criança que nascer, em vez de um Espírito atrasado e
inclinado ao mal, que antes nela encarnaria, virá um Espírito mais adiantado e
propenso ao bem.
Muito menos, pois, se trata de
uma nova geração corpórea, do que de uma nova geração de Espíritos. Sem dúvida,
neste sentido é que Jesus entendia as coisas, quando declarava: «Digo-vos, em
verdade, que esta geração não passará sem que estes fatos tenham ocorrido.»
Assim decepcionados ficarão os que contem ver a transformação operar-se por
efeitos sobrenaturais e maravilhosos.
28. - A
época atual é de transição; confundem-se os elementos das duas gerações.
Colocados no ponto intermédio, assistimos à partida de uma e à chegada da
outra, já se assinalando cada uma, no mundo, pelos caracteres que lhes são
peculiares.
Têm
idéias e pontos de vista opostos as duas gerações que se sucedem. Pela natureza
das disposições morais, porém sobretudo das disposições intuitivas e inatas,
torna-se fácil distinguir a qual das duas pertence cada indivíduo.
Cabendo-lhe fundar a era do
progresso moral, a nova geração se distingue por inteligência e razão
geralmente precoces, juntas ao sentimento inato do bem e a crenças
espiritualistas, o que constitui sinal indubitável de certo grau de
adiantamento anterior.
Não se comporá
exclusivamente de Espíritos eminentemente superiores, mas dos que, já tendo
progredido, se acham predispostos a assimilar todas as idéias progressistas e
aptos a secundar o movimento de regeneração.
O que, ao
contrário, distingue os Espíritos atrasados é, em primeiro lugar, a revolta
contra Deus, pelo se negarem a reconhecer qualquer poder superior aos poderes
humanos; a propensão instintiva para as paixões degradantes, para os
sentimentos antifraternos de egoísmo, de orgulho, de inveja, de ciúme; enfim, o
apego a tildo o que é material: a sensualidade, a cupidez, a avareza.
Desses
vícios é que a Terra tem de ser expurgada pelo afastamento dos que se obstinam
em não emendar-se; porque são incompatíveis com o reinado da fraternidade e
porque o contacto com eles constituirá sempre um sofrimento para os homens de
bem. Quando a Terra se achar livre deles, os homens caminharão sem óbices para
o futuro melhor que lhes está reservado, mesmo neste mundo, por prêmio de seus
esforços e de sua perseverança, enquanto esperem que uma depuração mais
completa lhes abra o acesso aos mundos superiores.
29. - Não
se deve entender que por meio dessa emigração de Espíritos sejam expulsos da
Terra e relegados para mundos inferiores todos os Espíritos retardatários.
Muitos, ao contrário, aí voltarão, porquanto muitos há que o são porque cederam
ao arrastamento das circunstâncias e do exemplo. Nesses, a casca é pior do que
o cerne. Uma vez subtraídos à influência da matéria e dos prejuízos do mundo
corporal, eles, em sua maioria, verão as coisas de maneira inteiramente diversa
daquela por que as viam quando em vida, conforme os múltiplos casos que
conhecemos. Para isso, têm a auxiliá-los Espíritos benévolos que por eles se
interessam e se dão pressa em esclarecê-los e em lhes mostrar quão falso era o
caminho que seguiam. Nós mesmos, pelas nossas preces e exortações, podemos
concorrer para que eles se melhorem, visto que entre mortos e vivos há perpétua
solidariedade.
É muito simples o modo por que
se opera a transformação, sendo, como se vê, todo ele de ordem moral, sem se
afastar em nada das leis da Natureza.
30. -
Sejam os que componham a nova geração Espíritos melhores, ou Espíritos antigos
que se melhoraram, o resultado é o mesmo. Desde que trazem disposições
melhores, há sempre uma renovação. Assim, segundo suas disposições naturais, os
Espíritos encarnados formam duas categorias: de um lado, os retardatários, que
partem; de outro, os progressistas, que chegam. O estado dos costumes e da
sociedade estará, portanto, no seio de um povo, de uma raça, ou do mundo
inteiro, em relação com aquela das duas categorias que preponderar.
31. - Uma
comparação vulgar ainda melhor dará a compreender o que se passa nessa
circunstância. Figuremos um regimento composto na sua maioria de homens
turbulentos e indisciplinados, os quais ocasionarão nele constantes desordens
que a lei penal terá por vezes dificuldades em reprimir. Esses homens são os
mais fortes, porque mais numerosos do que os outros. Eles se amparam, animam e
estimulam pelo exemplo. Os poucos bons nenhuma influência exercem; seus
conselhos são desprezados; sofrem com a companhia dos outros, que os
achincalham e maltratam. Não é essa uma imagem da sociedade atual?
Suponhamos
que esses homens são retirados um a um, dez a dez, cem a cem, do regimento e
substituídos gradativamente por iguais números de bons soldados, mesmo por
alguns dos que, já tendo sido expulsos, se corrigiram. Ao cabo de algum tempo,
existirá o mesmo regimento, mas transformado. A boa ordem terá sucedido à
desordem.
32. -
As grandes partidas coletivas, entretanto, não têm por único fim ativar as
saídas; têm igualmente o de transformar mais rapidamente o espírito da massa,
livrando-a das más influências e o de dar maior ascendente às idéias novas.
Por estarem
muitos, apesar de suas imperfeições, maduros para a transformação, é que muitos
partem, a fim de apenas se retemperarem em fonte mais pura. Enquanto se
conservassem no mesmo meio e sob as mesmas influências, persistiriam nas suas
opiniões e nas suas maneiras de apreciar as coisas. Uma estada no mundo dos
Espíritos bastará para lhes descerrar os olhos, por isso que aí vêem o que não
podiam ver na Terra. O incrédulo, o fanático, o absolutista, poderão,
conseguintemente, voltar com idéias inatas de fé, tolerância e liberdade. Ao
regressarem, acharão mudadas as coisas e experimentarão a influência do novo
meio em que houverem nascido. Longe de se oporem às novas idéias,
constituir-se-ão seus auxiliares.
33. - A
regeneração da Humanidade, portanto, não exige absolutamente a renovação
integral dos Espíritos: basta uma modificação em suas disposições morais. Essa
modificação se opera em todos quantos lhe estão predispostos, desde que sejam
subtraídos à influência perniciosa do mundo. Assim, nem sempre os que voltam
são outros Espíritos; são com freqüência os mesmos Espíritos, mas pensando e
sentindo de outra maneira.
Quando insulado e individual,
esse melhoramento passa despercebido e nenhuma influência ostensiva alcança
sobre o mundo. Muito outro é o efeito, quando a melhora se produz
simultaneamente sobre grandes massas, porque, então, conforme as proporções que
assuma, numa geração, pode modificar profundamente as idéias de um povo ou de
uma raça.
É o que quase sempre se nota
depois dos grandes choques que dizimam as populações. Os flagelos destruidores
apenas destroem corpos, não atingem o Espírito; ativam o movimento de vaivém
entre o mundo corporal e o mundo espiritual e, por conseguinte, o movimento
progressivo dos Espíritos encarnados e desencarnados. É de notar-se que em
todas as épocas da História, às grandes crises sociais se seguiu uma era de
progresso.
34. -
Opera-se presentemente um desses movimentos gerais, destinados a realizar uma
remodelação da Humanidade. A multiplicidade das causas de destruição constitui
sinal característico dos tempos, visto que elas apressarão a eclosão dos novos
germens. São as folhas que caem no outono e às quais sucedem outras folhas
cheias de vida, porquanto a Humanidade tem suas estações, como os indivíduos
têm suas várias idades. As folhas mortas da Humanidade caem batidas pelas
rajadas e pelos golpes de vento, porém, para renascerem mais vivazes sob o
mesmo sopro de vida, que não se extingue, mas se purifica.
35. - Para o materialista, os
flagelos destruidores são calamidades carentes de compensação, sem resultados
aproveitáveis, pois que, na opinião deles, os aludidos flagelos aniquilam os
seres para sempre. Para aquele, porém, que sabe que a morte unicamente destrói
o envoltório, tais flagelos não acarretam as mesmas conseqüências e não lhe
causam o mínimo pavor; ele lhes compreende o objetivo e não ignora que os homens
não perdem mais por morrerem juntos, do que por morrerem isolados, dado que,
duma forma ou doutra, a isso hão de todos sempre chegar.
Os
incrédulos rirão destas coisas e as qualificarão de quiméricas; mas, digam o
que disserem, não fugirão à lei comum; cairão a seu turno, como os outros, e,
então, que lhes acontecerá? Eles dizem: Nada! Viverão, no entanto, a despeito
de si próprios e se verão, um dia, forçados a abrir os olhos.
GÊNESE
- ALLAN KARDEC
Fonte: Carlos Eduardo Cennerelli
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